Durante o último ataque ao distrito de Quissanga, na província de Cabo Delgado, perpetrado pelos terroristas que atuam na região há quase sete anos, foram roubadas duas ambulâncias, juntamente com outra viatura estatal. Este ato de violência ocorreu em março último, deixando a localidade em estado de ruína.
Segundo relatos de testemunhas, para além dos veículos, o grupo armado saqueou medicamentos e provocou a destruição de várias habitações e edifícios públicos. Os terroristas permaneceram em Quissanga durante 17 dias, intimidando a população local.
Uma testemunha, que preferiu manter o anonimato, descreveu a ação do grupo, estimado em cerca de 500 homens, que chegou vestido com uniformes militares e policiais, portando uma variedade de armas. Apesar da ameaça, não houve disparos diretos nem mortes confirmadas durante a incursão, sendo o foco principal o roubo e a vandalização.
No mesmo dia do ataque a Quissanga, uma parte dos terroristas dirigiu-se à Ilha das Quirimbas, onde também perpetraram atos de violência, incluindo roubos e o assassinato de membros das Forças de Defesa e Segurança. Além disso, foram saqueados estabelecimentos comerciais, deixando a população local em estado de vulnerabilidade, com escassez de alimentos.
Apesar das inúmeras vítimas e prejuízos materiais, o Governo ainda não emitiu um comunicado oficial sobre o assalto, o que tem gerado preocupação e incerteza entre os residentes locais. Este ataque ocorre quase dois anos após as promessas do Governo de não permitir que o grupo armado ocupasse novamente uma vila, destacando a urgência de uma resposta eficaz às crescentes ameaças terroristas na região.