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Níger termina acordo militar com os EUA e exige retirada de tropas do país

O Níger anunciou o fim da parceria militar com os Estados Unidos, que permitia a presença de militares e funcionários civis americanos na região. A decisão foi comunicada pelo coronel Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar que governa o país africano desde julho de 2023, após um golpe de Estado.

Num comunicado transmitido pela televisão, o porta-voz classificou a parceria, que permitia a presença de funcionários do Departamento de Defesa dos EUA no Níger, como injusta e “unilateralmente imposta por Washington”.

Na época da assinatura do acordo, este permitiu a presença de militares e funcionários dos EUA no país para combater grupos terroristas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, que estavam a ganhar influência e a aumentar a sua presença na África Ocidental. De acordo com o governo norte-americano, cerca de 1.100 funcionários estavam a trabalhar no Níger no último ano.

A decisão dos líderes militares que governam o Níger surgiu após a visita de uma delegação dos EUA, liderada pela Secretária de Estado Adjunta para Assuntos Africanos, Molly Phee, no início desta semana. Washington afirmou que o objetivo da agenda era discutir o “regresso do Níger a uma via democrática” e o futuro da parceria militar com Niamei.

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Segundo Abdramane, a visita não foi bem recebida pelas autoridades nigerinas, pois não seguiu os protocolos diplomáticos, como a prévia informação sobre os membros da delegação, datas e a agenda a ser tratada no país.

O porta-voz afirmou ainda que durante a reunião o governo do Níger teria sido ameaçado de retaliação devido às escolhas da junta militar, que se afastou de parceiros históricos após assumir o poder.

“O Níger lamenta a intenção da delegação norte-americana de negar ao povo soberano do Níger o direito de escolher os seus parceiros e os tipos de parcerias capazes de realmente ajudá-los a combater o terrorismo”, declarou Abdramane.