Destaque Justiça bielorrussa pede 12 anos de prisão para Prémio Nobel da Paz

Justiça bielorrussa pede 12 anos de prisão para Prémio Nobel da Paz

Um procurador bielorrusso pediu ao tribunal, esta quinta-feira, para condenar o ativista e co-vencedor do Prémio Nobel da Paz 2022 Ales Bialiatski a 12 anos de prisão, anunciou o Centro Viasna, por ele fundado, o principal grupo de direitos humanos da Bielorrússia. O julgamento do ativista pela democracia bielorrusso começou este domingo em Minsk.

Bialiatsky e os seus colegas de trabalho Valentin Stefanovich e Vladimir Labkovich, detidos desde julho de 2021, compareceram em tribunal, na cela prisional reservada aos arguidos. Foram acusados de financiar protestos e de levar grandes quantidades de dinheiro para a Bielorrússia.

Bialiatski, de 60 anos, está entre as centenas de bielorussos que foram presos durante uma violenta repressão de protestos anti-governamentais, que irrompeu no verão de 2020.

O ativista assumiu um papel de liderança na prestação de assistência jurídica e financeira a centenas de bielorussos que foram presos durante protestos em massa, após o líder de longa data Alexander Lukashenko ter sido declarado o vencedor das eleições presidenciais de 2020.

“As alegações contra os nossos colegas estão ligadas à sua actividade de direitos humanos, a prestação de ajuda por parte da Viasna às vítimas de perseguição por motivos políticos”, disse, à Reuters, a organização.

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Bialiatski recebeu o Prémio Nobel da Paz em outubro do ano passado, pelo trabalho que desenvolveu sobre direitos humanos e democracia, mas não esteve presente na cerimónia, uma vez que está preso desde 2021, juntamente com os dois colegas da Viasna.

Bialiatski dividiu o Prémio Nobel da Paz de 2022 com a organização Memorial, da Rússia, e com o Centro para as Liberdades Civis, da Ucrânia, ambas defensoras e promotoras dos direitos humanos, pelo “direito de criticar o poder” e “denunciar crimes contra a humanidade”.