O corpo do ex-futebolista Edson Arantes do Nascimento, conhecido por Pelé, repousa, desde ontem, no Memorial Necrópole Ecuménica. Cortejo fúnebre organizado, deixou o local do velório, no caso o Estádio da Vila Belmiro, a meio da manhã, tendo percorrido pelas ruas da cidade de Santos até o cemitério onde foi sepultado.
Velado por pouco mais de 24 horas dentro do estádio onde jogou e viveu grandes momentos da sua trajectória vitoriosa, que alçou a imortalidade entre milhões de admiradores dentro e fora do Brasil, Pelé foi sepultado após o cortejo pela cidade de Santos, numa cerimónia fechada para convidados e familiares no cemitério Memorial Necrópole Ecumênica.
O cemitério criou um memorial em homenagem a Pelé no primeiro andar, embora a sua família tenha um espaço no nono andar do edifício, com vista para as bancadas da Vila Belmiro, dentro deste que já foi o maior cemitério vertical do mundo.
A Lusa esteve no local e ouviu de funcionários, que revelaram que dentro do memorial criado em homenagem a Pelé há uma estátua dourada dele a pisar uma bola e imagens de momentos especiais da carreira como futebolista.
Pelé morreu na quinta-feira, aos 82 anos, no hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na sequência da “falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do cancro do cólon associado à sua condição clínica prévia”, segundo aquele estabelecimento hospitalar, em comunicado.
O cemitério onde foi enterrado Pelé, em Santos, construiu um memorial para guardar os restos mortais do antigo futebolista, cujos detalhes estão guardados a sete chaves. A Lusa esteve no cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, e visitou o jazigo da família Pelé, no nono andar, local alto e silencioso em que se pode ver parte das bancadas do estádio da Vila Belmiro, onde o ex-futebolista marcou a história do desporto brasileiro e mundial e que recebeu o seu velório.
No nono andar do cemitério vertical há quatro compartimentos (espaços onde os caixões são colocados) da família de Edson Arantes do Nascimento, onde já estão os restos mortais do pai do ‘rei’ do futebol e de outros familiares.
Embora tenha comprado este espaço no nono andar em que se pode ver o estádio da Vila Belmiro, o ‘rei’ do futebol brasileiro foi sepultado numa área especial, no primeiro andar, onde está a ser construído um memorial.
Pessoas que trabalhavam na véspera neste novo espaço, que não permitiu o acesso, contaram à agência Lusa que no memorial que guardará os restos mortais de Pelé há uma estátua dourada dele, pisando uma bola de futebol, e várias imagens dos seus momentos de glória.
Em 2003, numa entrevista, Pelé contou que escolheu o cemitério vertical porque o espaço transmite “paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, e nem sequer parece com um cemitério”.
Na parte externa do complexo vertical de mais de 40 mil metros quadrados há pássaros, papagaios, pavões, araras em grandes gaiolas, cujos sons rivalizam com os ruídos de animais que vivem num morro da Mata Atlântica, localizado atrás do cemitério.
Um dia antes da chegada dos restos mortais do mais importante atleta brasileiro do século 20, o clima era de calma e tranquilidade no cemitério que irá guardar seus restos mortais.