O Primeiro-Ministro neerlandês, Mark Rutte, pediu, segunda-feira, desculpas, em nome do seu Governo, pelo papel histórico dos Países Baixos na escravatura e no tráfico de escravos, apesar de apelos para que adiasse esta declaração.
“Hoje peço desculpa”, disse Rutte, num discurso de 20 minutos que foi recebido com silêncio por uma plateia convidada no Arquivo Nacional.
O Chefe do Governo avançou com o pedido de desculpas apesar de alguns grupos activistas nos Países Baixos e nas antigas colónias o terem instado a esperar até 1 de Julho do próximo ano, no 160º aniversário da abolição da escravatura.
Alguns activistas consideram que no próximo ano se assinala, na realidade, o 150º aniversário, e não o 160º, já que muitas pessoas escravizadas foram forçadas a continuar a trabalhar em plantações durante uma década, mesmo após a abolição.
Grupos de activistas foram a tribunal, na semana passada, numa tentativa falhada de bloquear o discurso.
Rutte referiu-se ao desacordo na intervenção que fez ontem, observando que “não há um momento que seja bom para todos, não há palavras certas para todos, não há o lugar certo para todos”.
O Primeiro-Ministro dos Países Baixos anunciou que o Governo vai criar um fundo para iniciativas que ajudem a combater o legado da escravatura no país e nas suas antigas colónias.