Croácia e Marrocos voltam a cruzar-se esta tarde no mundial do Qatar, a partir das 17h00, no Estádio Internacional Khalifa, no jogo que vai definir o terceiro classificado, o último do pódio. O embate promete ser emotivo e com desfecho imprevisível.
O facto de conhecerem-se torna o jogo ainda mais expectante e pode ser decidido nos detalhes. No primeiro embate entre os dois contendores os marroquinos tiveram uma postura defensiva do início ao fim, enquanto a Croácia foi pouco incisiva nas decisões ofensivas.
Acredita-se que a história do jogo desta tarde entre africanos e europeus será outra, a julgar pelo percurso de qualquer uma delas ao longo da competição e o objectivo que perseguem, fracassada que foi a possibilidade de disputarem a grande final de amanhã.
Os croatas, liderados por Luka Modric, chegaram as meias-finais, eliminando o Japão, nos oitavos-de-final, e o Brasil, nos quartos-de-final. Porém, não conseguiram superar a Argentina de Lionel Messi, com derrota, por 3-0.
A Croácia nunca perdeu frente as equipas africanas no Campeonato do Mundo: em três jogos, obteve duas vitórias e um empate, não sofreu qualquer golo.
Por sua vez, o Marrocos surpreendeu o mundo ao afastar a Espanha, nos oitavos, na marcação de grandes penalidade, por 3-0, após o empate nulo no tempo regulamentar e no prolongamento. Nos quartos-de-final, venceu Portugal, por 1-0, conseguindo o feito de ser a primeira selecção do continente africano a chegar as meias-finais de um Campeonato do Mundo.
Diante da França, com várias contrariedades perdeu, por 2-0, mas escreveu um bonito capítulo na sua história desportiva e sociocultural.
Nos 17 dos 22 jogos realizados por Marrocos no Campeonato do Mundo foram frente a equipas europeias. Venceu quatro, sete empates e seis derrotas. Não sofreu golos em quatro dos seis jogos realizados neste Mundial
Os dados estão lançados para o jogo de mais logo, o penúltimo da competição, por isso resta apenas esperar pelo desfecho desta partida.
Tradição favorece selecções europeas
A manter-se a tradição da última dezena de jogos de atribuição dos terceiro e quarto lugares em fases finais do Mundial da FIFA, o Croácia-Marrocos de mais logo, em Al Rayyan, dará o ‘bronze’ na prova do Qatar à selecção europeia, comandada por Zlatko Dalic e que tem em Luka Modric a sua estrela mais cintilante: têm sido, invariavelmente, selecções do velho continente e arrecadar o bronze nos últimos 40 anos, desde o Espanha-1982
A última vez que uma selecção não da UEFA conseguiu o último lugar do pódio num Mundial da FIFA aconteceu na Argentina-1978, quando o Brasil (América do Sul) venceu a Itália, por 2-1.
Vale a pena recordar a supremacia total da Europa no jogo de atribuição da medalha de bronze e do quarto lugares nas últimas quatro décadas e dezena de Campeonatos do Mundo. No Espanha-1982, a Polónia venceu a França (3-2), enquanto no México-1986 de novo a França arrebatou o ‘bronze’, frente à Bélgica (4-2, após prolongamento, com 2-2 nos 90’).
Já no Itália-1990, a ‘squadra azzurra’, anfitriã, garantiu o ‘bronze’ ao vencer a Inglaterra, por 2-1, enquanto nos EUA-1994 a Suécia bateu a Bulgária pelo último degrau do pódio, por claríssimos 4-0. Já em França-1998, a mesma Croácia que sábado tenta novo ‘bronze’ conseguiu o terceiro lugar graças a uma vitória diante dos Países Baixos, por 2-1.
No novo milénio, no Coreia do Sul/Japão-2002, foi a Turquia a levar a última medalha disponível, ao vencer um dos países anfitriões, a Coreia do Sul, por 3-2. E no Mundial da Alemanha-2006, o golo de Nuno Gomes não chegou para Portugal evitar que a anfitriã vencesse por 3-1 (‘bis’ de Schweinsteiger e autogolo de Petit, agora treinador do Boavista) e ficasse com o terceiro lugar e a última medalha.
Já na África do Sul-2010, a Alemanha superiorizou-se à ‘celeste’ do Uruguai (3-2), enquanto no Brasil-2014, o ‘escrete’, então orientado por Scolari, e depois da incrível goleada sofrida no Mineirão de Belo Horizonte frente à Alemanha nas ‘meias’ (1-7), perdeu o ‘bronze’ para os Países Baixos (0-3). Por último, na Rússia-2018, a Bélgica venceu a Inglaterra por 2-0 e arrecadou o terceiro lugar.
Curiosidade suplementar é que nenhum dos 19 encontros de atribuição dos terceiro e quarto lugares anteriormente disputados – em 22 Campeonatos do Mundo – se decidiu nos penáltis, e apenas no França-Bélgica do México-1986 houve, sequer, necessidade de se jogar o prolongamento: a hora e meia de jogo tem chegado para a decisão.
