A presidente do partido Cidadãos pela Liberdade (CxL), da Nicarágua, Carmella Rogers, conhecida como Kitty Monterrey, fugiu para a Costa Rica na segunda-feira por medo de engrossar a lista de opositores presos pelo governo de Daniel Ortega.
“Ninguém está mais seguro. (Ficar) não fazia sentido, me levariam presa ou seria deportada”, disse durante entrevista ao Telenoticias, telejornal popular da Costa Rica, onde reapareceu na terça (10), após ter ficado escondida por vários dias.
A dirigente de 71 anos, filha de pai americano e mãe nicaraguense, teve anulada na semana passada a carteira de identidade e dois dias depois teve o passaporte nicaraguense cancelado.
“Estou escondida desde a sexta-feira. Estava procurando uma saída que teve que ser gradativa para chegar aqui de forma segura. Foi difícil e estou cansada, mas estou aqui”, acrescentou.
Monterrey saiu ao exílio depois que seu partido, o CxL, foi inabilitado na sexta-feira pelo tribunal eleitoral, controlado pela situação, para participar das eleições de 7 de novembro, apesar de ter inscrito sua chapa presidencial.
Antes, a candidata a vice, Berenice Quezada, foi inabilitada.
As ações contra o CxL e a saída de Monterrey ocorrem a três meses das eleições presidenciais e quando o governo deteve 32 opositores, aos quais acusa de traição da pátria.