Saúde Covid-19 Suspensão da AstraZeneca não afecta campanha de vacinação

Suspensão da AstraZeneca não afecta campanha de vacinação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, na segunda-feira (15), que globalmente as campanhas de vacinação contra o SARS-CoV-2 continuam sem sobressaltos, apesar de um número crescente de países, ter suspendido a administração do fármaco da AstraZeneca.

A OMS explicitou que as vacinas da AstraZeneca incluídas no programa COVAX, que envia vacinas maioritariamente para os países com menor capacidade de aquisição de fármacos, estão a ser produzidas na Índia e na Coreia do Sul, e que a suspensão em alguns países – por receios da formação de coágulos sanguíneos — diz respeito a vacinas produzidas na Europa.

“Compreendemos que isto são medidas de precaução (…). Gostava de dizer o seguinte aos países de outras regiões que não a Europa: As vacinas [em causa] até agora foram fabricadas na Europa e não são providenciadas pelo programa COVAX”, disse a directora-geral adjunta da OMS Mariangela Simão.

Portugal, France, Alemanha, Espanha e Itália são os últimos países a integrar uma lista crescente de países maioritariamente europeus — cujo início começou na semana passada com a decisão da Dinamarca de suspender a administração da vacina em causa — que suspenderam temporariamente a utilização do fármaco da AstraZeneca para investigar os casos reportados de formação de coágulos sanguíneos em pessoas que tinham recebido esta vacina.

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“Isto não significa necessariamente que estes eventos estão relacionados com a vacinação [com a vacina da AstraZeneca]”, advertiu o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa, referindo, no entanto, que é prática rotineira investigar casos como os que foram reportados para despistar.

Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam por “precaução” o uso da vacina da AstraZeneca, após relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco da AstraZeneca.

A empresa já disse que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injecção do que na população em geral.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmaram que os dados disponíveis não sugerem que a vacina da AstraZeneca tenha causado os coágulos e que as pessoas podem continuar a ser imunizadas com esse fármaco.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou, entretanto, que o comité de especialistas desta agência das Nações Unidas “está a rever os dados disponíveis” sobre a vacina desenvolvida pelo laboratório sueco e pela Universidade de Oxford e vai reunir-se na terça-feira para discutir a vacina.