O combinado nacional, Mambas, sofreu uma inesperada derrota diante do Ruanda, em Kigali, por uma bola sem resposta, e quase hipoteca as contas de qualificação ao CAN, ficando dependente dos resultados dos terceiros, a começar pelo jogo da sexta-feira (26) entre Cabo Verde e Camarões, para depois pensar na última jornada. A derrota coloca os Mambas provisoriamente na terceira posição, já que o Ruanda passa a somar cinco pontos, contra quatro de Moçambique e Cabo Verde, que tem menos um jogo.
As contas começam a ficar difíceis para Moçambique que se viu derrotado em Kigali, por uma bola sem resposta, num golo que surgiu de uma perda de bola de Telinho, que permitiu um ataque rápido, com a defesa a acompanhar a acção dos ruandeses, sem reacção e a permitir o remate de Byiringiro, à entrada da área.
Um resultado que só não deita pôr água abaixo o sonho do CAN, porque ainda há uma réstia de esperança na próxima terça-feira. Os Mambas têm que esperar que Cabo Verde não vença Camarões na sexta-feira, que, na última jornada, os ruandeses não vençam os “leões indomáveis” e que os Mambas alcancem a vitória frente aos “tubarões azuis”, no Estádio Nacional do Zimpeto.
Equipa “improvisada” de Luís Gonçalves Luís Gonçalves teve que fazer improvisos no onze inicial dos Mambas, com a integração de cinco jogadores do Moçambola, nomeadamente Frenque, na baliza, Sidique e Jeitoso, na defesa, Kito e Telinho, na intermediária. Dos jogadores que actuam fora, o destaque vai para a entrada de caras de Bruno Langa, na esquerda da defesa, Faisal Bangal, no ataque, a fazer a dupla com Clésio Baúque, a serem reforçados pelo génio de Luís Miquissone. Kambala e Chico Muchanga foram os outros previsíveis que entraram de início nesta partida.
Mas, a grande surpresa foi a braçadeira entregue a Kito, em função da ausência de Dominguês na equipa inicial, esse que, tal como os restantes, estava no banco de suplentes.
Tratou-se de uma equipa equilibrada, num 4x4x2 que se transformava num 4x5x1 quando a equipa defendia, onde Clésio era o mais adiantado, mas também a transformar-se num 4x2x4 quando atacava, com Luís Miquissone e Telinho a serem os adiantados pelas laterais e, por vezes, a flectirem para o centro e a tentar os remates, pelo menos na primeira parte, já que os dois remates feitos foram daqueles dois jogadores.
A primeira parte até começou bem para os Mambas, com Luís Miquissone a abrir o livro aos três minutos, depois de ganhar espaço na lateral, deixar para trás um adversário e cruzar para Faisal Bangal, que, incomodado, rematou ao lado. Ainda reclamou uma grande penalidade, mas o árbitro nada disse.
Porém, depois disso, os ruandeses cresceram e começaram a chegar a baliza de Frenque com alguma frequência e, aos 17 minutos, Ange apareceu no meio da rua a desferir um remate com selo de golo, a valer a atenção de Frenque que defendeu para canto.
Aos 24 minutos, mais um susto para a defesa moçambicana, num cruzamento da direita, com Ernest a chegar ligeiramente atrasado ao desvio, no segundo poste, quando estava solto de marcação, numa altura em que Frenque já tinha deixado a bola passar.
Luís Miquissone tentava remar contra a maré e procurava surpreender, mas estava sozinho e nem Faisal Bangal conseguia acompanhar o jogador de Angoche.
Aos 35 minutos, mais uma situação para o Ruanda, com a intervenção de Jeitoso por duas vezes a evitar que a bola chegue com perigo e, no final, um remate a meio da rua para as mãos de Frenque. A terminar a primeira parte, foi Telinho, num remate fraco, a testar a atenção de Emery.
Terminavam, assim, os primeiros 45 minutos com os Mambas em sofrimento, a procurar remar contra a maré.