Destaque Trump insiste em denunciar fraude eleitoral sem apresentar provas

Trump insiste em denunciar fraude eleitoral sem apresentar provas

Num discurso publicado no facebook, Donald Trump volta a por em causa a veracidade das eleições, ao recorrer a argumentos já anteriormente usados como terem votado imigrantes.

Donald Trump insistiu na quarta-feira nas suas denúncias de fraude eleitoral, sem avançar provas, na eleição presidencial nos EUA, através de uma declaração por vídeo cheia de acusações graves, mentiras e teorias da conspiração.

As afirmações de Trump contradizem as do seu próprio procurador-geral, William Barr.

Um dia depois de este reconhecer que o Departamento de Justiça não encontrou provas de uma fraude que possa ter alterado os resultados eleitorais, que dão a vitória ao democrata Joe Biden, Trump publicou um vídeo de 46 minutos na sua página pessoal na rede social Facebook.

Na gravação, Trump repetiu as acusações sem provas que a sua equipa de advogados tem avançado e que têm fracassado sucessivamente nos tribunais dos Estados decisivos.

Mencionou em particular o argumento de terem votado imigrantes e “pessoas que estão mortas há 25 anos”.

No vídeo, Trump afirmou: “Estas eleições foram arranjadas. Todos o sabem”.

A recusa de Trump em reconhecer a derrota tem-lhe custado o afastamento progressivo de várias figuras republicanas de topo.

Sem mencionar diretamente Barr, Trump disse claramente que entende que foi “roubado” e que houve uma “ação orquestrada” de declarar Biden como vencedor, mas sem apresentar qualquer prova.

O incumbente, que perdeu as eleições por quase sete milhões de votos e cuja derrota foi certificada em todos os Estados-chave, insistiu em que a certificação dos resultados nestes Estados tem de ser “adiada imediatamente”, porque houve “milhões de votos emitidos de forma ilegal“, afirmação de novo sem provas em apoio.

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“Ainda há tempo de sobra para certificar o vencedor correto das eleições”, disse Trump, em referência aparente ao prazo, que decorre até 14 de dezembro, quando o Colégio Eleitoral se vai reunir para oficializar a vitória de Biden.

Trump pediu ainda uma “análise sistemática dos votos por correspondência”, que considera fraudulentos na maioria dos casos, apesar de não se ter demonstrado que o possam ser.

Garantiu que “as infrações em todos os Estados chave” afetam a “dezenas de milhares de votos”, o que permitiu alterar os resultados das eleições, acusação esta feita também sem qualquer prova de suporte e que foi negada pelos próprios dirigentes republicanos nos Estados em causa.

O vídeo demonstra mais uma vez que Trump não está disposto a admitir a vitória de Biden e que continua em campanha de descrédito do sistema democrático dos EUA, que vários comentaristas tem descrito diretamente como uma tentativa de golpe de Estado.

Trump começou a gravação – feita na Casa Branca, editada pela sua equipa e sem a presença de jornalistas – com a afirmação de que este poderia ser “o discurso mais importante que alguma vez fez”, mas não revelou nada de novo em relação às acusações que faz desde há um mês.