Sociedade Nampula vai acolher definitivamente deslocados de Cabo Delgado

Nampula vai acolher definitivamente deslocados de Cabo Delgado

Já foram parcelados 500 talhões para serem atribuídos aos deslocados de Cabo Delgado que estão em Nampula. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) fala de perto de 30 mil pessoas que saíram das zonas de conflito e estão em vários distritos de Nampula

É no interior do distrito de Meconta, no posto administrativo de Corrane, onde se localiza a área que vai acolher os deslocados de Cabo Delgado que buscam refúgio na província de Nampula.

A área identificada já foi um bloco de produção de algodão no passado. Tratando-se de um local para residências definitivas, foram parcelados até aqui 500 talhões, com uma dimensão de 30 por 20 metros, e montadas tendas, com capacidade para acomodar uma família de cinco membros.

É a primeira vez que uma equipa de reportagem escala a zona. O líder comunitário, Agostinho Hassane, foi o nosso guia. Ele conta que a comunidade do seu regulado está a trabalhar de forma voluntária com as estruturas do governo provincial e do INGC na criação de condições para os “vientes”, como se diz naquelas bandas.

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“Veio o administrador e informou-nos que vem os nossos irmãos de Cabo Delgado que fugiram e vêm para aqui mesmo e dissemos ‘bem-vindos’, porque durante a guerra dos 16 anos fomos acolhidos em Nampula por isso não podemos não acolher estes”.

Foram abertos 4 furos de água e está em processo a construção de casas de sanitários, assim como a criação de outras condições. Com o acolhimento definitivo, o posto administrativo de Namialo, ainda no distrito de Meconta, onde funcionam quatro centros de acomodação temporária, ficará aliviado, tal como disse no último sábado a respectiva chefe do posto, Adelina Mocala.

“Vamos nos sentindo aliviados aos poucos, para além de que vamos acompanhar o processo da sua retirada. Então, não vai ser de uma única vez, mas vamos nos sentindo aliviados aos poucos”.

O INGC actualizou os dados ontem e fala de cerca de 30 mil pessoas que chegaram a Nampula, fugindo do terrorismo na vizinha província de Cabo Delgado