Sociedade Doentes vão ao hospital em estado grave

Doentes vão ao hospital em estado grave

Há cada vez menos pessoas a irem ao Hospital Central de Nampula e os doentes que lá se dirigem tendem a apresentar um quadro clínico grave, por causa da má interpretação da limitação das consultas externas. Por outro lado, o pessoal de saúde olha como normalidade a infecção de 13 colegas pela Covid-19.

O banco de socorros do Hospital Central de Nampula atendeu de sexta-feira a domingo, 278 pacientes – um número que antes da pandemia da COVID-19 correspondia a uma média de atendimento diário.

A descida drástica deve-se às medidas restritivas nas consultas externas para minimizar o risco de contaminação e propagação do coronavírus, mas é mesmo sobre esta mensagem de “ficar em casa” que surge um outro problema: as pessoas, mesmo doente, não vão ao hospital e quando o fazem, geralmente, apresentam um quadro clínico grave.

“Sempre foi claro que as consultas que não sejam de urgência são feitas no centro de saúde próximo do local (de residência). Em algum momento notamos que com o ‘fica em casa’, alguns mesmo adoecendo permanecem em casa, não quer dizer que devem ficar em casa. As recomendações são as mesmas, não mudou nada”, esclareceu Dalva Khossa, cirurgiã pediatra e porta-voz do banco de socorros do Hospital Central de Nampula.

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A província de Nampula conta com 13 profissionais de saúde contaminados com o coronavírus, apesar disso, reina calma no seio da classe. “Contaminação ao nível do pessoal de saúde não é de se admirar. Os profissionais de saúde estão em risco em toda a parte do mundo. Estes profissionais estão assintomáticos e estão em tratamento ambulatório ao domicílio”.

Esta semana inicia a testagem de casos suspeitos da COVID-19 em Nampula, o que vai reduzir o tempo de espera pelos resultados, quando tudo era feito em Maputo.

“Isto vai nos ajudar a descartar os positivos o mais rápido possível e termos o seguimento deles para evitar a disseminação”, concluiu a médica.