A informação foi divulgada esta terça-feira pelo jornal Folha de S.Paulo, que relatou que o advogado Victor Granado Alves prestou serviços ao PSL em 2019 a pedido de Flávio Bolsonaro, num contrato que custou 500 mil reais (79,7 mil euros) aos cofres públicos. O PSL foi o partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu Presidente do Brasil e Flávio Bolsonaro senador (membro da cámara alta parlamentar), em 2018. Ambos romperam com a legenda no ano passado.
A Folha de S. Paulo citou que a contratação de Victor Granado Alves constava em notas fiscais da prestação de contas do PSL no Rio de Janeiro. O advogado, que também trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi citado pelo empresário Paulo Marinho como uma das pessoas que receberam informações sigilosas sobre uma operação da polícia.
Marinho, que cedeu a sua casa no Rio de Janeiro para a estrutura de campanha presidencial de Jair Bolsonaro, afirmou publicamente que Flávio Bolsonaro lhe disse que fora informado da operação Furna da Onça dois meses antes dela acontecer, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições de 2018, por um delegado simpatizante da candidatura de seu pai à Presidência.
O informador teria aconselhado Flávio Bolsonaro a demitir Fabrício Queiroz, um assessor apanhado pelos órgãos de controlo financeiro, com somas de dinheiro incompatíveis com seus rendimentos.
O caso envolvendo Queiroz gerou uma investigação sobre um suposto esquema de “rachadinha” – prática ilegal em que funcionários devolvem parte dos seus salários pagos pelo Estado a quem os contrata – no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual na Alerj.