Jair Bolsonaro comunicou em discurso transmitido ao vivo pelas emissoras de televisão, que foi a imprensa quem espalhou a sensação de pavor na divulgação de informações sobre o coronavírus. E criticou os governadores estaduais pelas medidas de prevenção à disseminação do vírus.
“Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fecho do comércio e o confinamento em massa”, disse o presidente brasileiro.
“O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco são pessoas acima de 60 anos, então, por quê fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas com menos de 40 anos de idade”, continuou.
O discurso contraria as recomendações das autoridades, incluindo as do ministro da saúde do seu governo, Luiz Henrique Mandetta.
A meio da comunicação ao país, Bolsonaro voltou a referir-se ao Covid-19 como “gripezinha”.
Como vem sendo hábito desde a semana passada, enquanto o presidente da República falava, ouviram-se panelaços – protestos em massa das varandas da casa – nas principais cidades do Brasil.
O número de casos positivos do novo coronavírus no Brasil ultrapassou na terça-feira os dois mil, com o país a registar 2201 infectados e 46 mortos, informou o Ministério da Saúde brasileiro.
Na segunda-feira, o Brasil tinha 1891 infectados, ou seja, registou-se um aumento de 310 casos em 24 horas.
São Paulo é o estado brasileiro mais afectado pelo coronavírus, contabilizando 40 mortos e 810 infectados. Segue-se o Rio de Janeiro com seis óbitos e 305 casos confirmados de infecção.