J. Maria, de 15 anos, estudante da Escola Industrial e Comercial da Beira, encontra-se detido nas celas da 3ª Esquadra, em Matacuane, acusado de tentativa de homicídio.
Ele é apontado como tendo incendiado o quarto da própria mãe, Maria de Conceição, para a matar.
O caso ocorreu cerca das zero horas do passado sábado, com presumível intuito de simular um incêndio e encobertar simultaneamente uma tentativa de assalto frustrado, perpetrado por ele e dois amigos seus, sendo um deles identificado apenas por Veloso, o qual, juntamente com o segundo, cujo nome não conseguimos apurar, encontram-se a monte.
Com J. Maria encontram-se detidos na mesma unidade policial os irmãos gémeos L. e F. Zindonga, de 17 anos, indiciados na prática do mesmo crime, em virtude de terem sido arrolados por J. Maria como sendo os orquestradores do delito e intermediários na venda de sete caixas vazias de cerveja, uma das razões do assalto.
Dados em poder da nossa fonte indicam que Veloso e um seu comparsa dirigiram-se por volta da meia-noite do passado sábado a casa de J. Maria, a fim de roubar dinheiro e caixas de cerveja, conforme estava combinado. Na altura J. Maria encontrava-se na companhia de sua mãe, Maria da Conceição, a qual pregava sono na sala.
Os dois tocaram a campainha como estava acordado com J. Maria, que se predispôs a abrir a porta. Já na sala, os dois bandidos usaram uma almofada para asfixiar Maria da Conceição e posteriormente desferir vários golpes.
Já desmaiada e julgando que estivesse morta, o filho arrastou o corpo da mãe para o quarto, onde depois de derramar diesel e trancado as portas dos aposentos da progenitora e da entrada principal, ateou fogo e desceu.
“As chamas, em grandes proporções, chamaram a atenção do guarda do prédio, o qual perguntou a J. Maria, que estava no rés-do-chão, sobre o que se estava a passar. Em resposta este disse ao guarda que a mãe estava a cozinhar. Esta resposta não convenceu o guarda, que, entretanto, pediu socorro e foi a partir desta altura que foram accionados os bombeiros, que socorreram a vítima para o HCB” – contou a Polícia, anotando que nessa altura, Veloso e seu comparsa já se tinham posto ao fresco.
A Polícia refere ainda que os irmãos L. e F. Zindonga, também residentes no Matacuane, são consumidores de heroína, presumindo-se que aqueles teriam também orquestrado o crime para conseguir dinheiro a fim de comprar tais drogas.
Diário de Moçambique