A Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) ordenou o encerramento do restaurante e pastelaria Cristal, na zona nobre da cidade de Maputo, em consequência das irregularidades detectadas pela brigada sénior que efectuou uma visita ao local.
No rol de anomalias nocivas à saúde pública, detectadas no local, avultam, grosso modo, problemas como fossas entupidas, cozinha e sanitários sujos, concentração de águas negras na forma de charcos que exalam cheiro nauseabundo para o interior da cozinha, as latas de conservação do lixo em condições inadequadas, o corredor de acesso a cozinha nojento.
Ainda na lista da imundice, figuram problemas como armários sujos, má conservação do refeitório dos trabalhadores, paredes com infiltração de águas, presença de felinos (gatos) que, obviamente, desempenham o papel de “força de intervenção rápida”, contra a praga de ratos.
Não menos importante, na pauta dos problemas verificados, está o facto de o efectivo de trabalhadores não possuir cartões de saúde, para além de outros problemas graves, como os produtos sem estrados e em contacto com o chão.
A Inspectora Geral do INAE, Maria Freitas, que liderou a brigada que efectuou a ofensiva, disse à imprensa que a decisão de encerrar o restaurante e a respectiva pastelaria é a mais justa devido a gravidade dos problemas constatados.
“Estaríamos a ser injustos se não encerrássemos este restaurante”, disse a inspectora-geral, apontando, a título de exemplo, que não pode ser aceitável a presença de gatos na cozinha de um restaurante, devido ao elevado risco que representa (urina e pelos) aos alimentos que, após a confecção, são servidos aos clientes.
Apesar de os sanitários usados pelos clientes estarem em condições, assim como a faixada do restaurante virada para a área onde ficam os clientes, o mesmo não se pode dizer dos lavados dos trabalhadores que estão em condições deploráveis, com a loiça em estado completamente decrépito.
Desta feita, o Cristal está encerrado ao público, cabendo ao proprietário procurar corrigir as anomalias detectadas e seguidamente contactar o INAE e Direcção de Turismo, que vão verificar o trabalho realizado e, em caso de cumprimento, dar luz verde à sua reabertura.
“Não damos nenhum prazo para a correcção das anomalias, o que proibimos é o exercício da actividade sem a observância das condições de higiene”, disse a fonte, apontando que o valor da multa varia em função do número e da gravidade das anomalias detectadas.
Enquanto isso, Maria Freitas disse que o proprietário do Cristal foi igualmente notificado a comparecer no sentido de dar seguimento o problema desvendado naquela casa de pasto na zona nobre de Maputo.
Só na última semana, o INAE inspeccionou, em todo o país, mais de 622 estabelecimentos comerciais, entre restaurantes e padarias, onde confiscou e ordenou a destruição de vários bens alimentares no valor de 600 mil meticais.
AIM