Na quarta-feira (uma semana após um golpe de Estado) o Presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando, anunciou que estava de volta ao poder, dizendo: “Eu já voltei ao trabalho”. Mas não ficou realmente claro quem está no comando do país, já que o líder da rebelião, Gilbert Dienderé, dá ordens presidenciais. Espera-se que Kafando governe o país da África Ocidental até que novas eleições sejam celebradas.
O líder rebelde, Diendéré, apareceu no aeroporto acompanhado por um contingente de sua guarda presidencial para receber líderes regionais que chegavam para tentar negociar um fim para a crise.
Tropas leais ao governo que chegaram de bases de todo o país para desarmar os líderes do golpe não eram visíveis nas ruas de Uagadugu. Além disso, os soldados da guarda presidencial mantiveram suas posições na sede da Televisão Nacional, apesar de um acordo assinado durante a noite entre os dois lados, pelo que permaneceriam nos quartéis para evitar confrontos.
O chefe do protocolo da presidência, presente no aeroporto, disse à agência Reuters que uma cerimónia oficial durante a qual o poder seria devolvido às autoridades transitórias foi adiada para quarta-feira. Assim, Diendéré continuará no comando.
Líderes da Nigéria, do Senegal, do Níger, do Togo, do Benin e do Gana eram esperados na capital, numa demonstração da preocupação regional com um país que estava a menos de um mês das eleições quando os soldados invadiram o gabinete do governo.
Eles devem se reunir com os líderes rebeldes e as autoridades de transição para negociarem um acordo final que restaure o governo civil de transição.
Fonte: O Globo
