Sociedade Há menores se prostituindo em Cuamba

Há menores se prostituindo em Cuamba

Prostituição infantil, uma situação que está deixar os residentes de Cuamba no Niassa, agastados pela velocidade a que emergiu e se disseminou naquele ponto do País, facto que as autoridades governamentais asseguram que vão fazer de tudo para a sua mitigação.

Várias acções foram levadas a cabo, a começar pela sensibilização das famílias sobre os direitos da criança que estão a ser violados pelos cidadãos estrangeiros, aproveitando-se da situação de vulnerabilidade.

É frequente nos últimos dias, na cidade de Cuamba e arredores, ver uma rapariga com menos de 18 anos vivendo na companhia de um estrangeiro com o dobro ou triplo da sua idade, particularmente de cor branca. Com um olhar impávido, algumas dessas raparigas não escondem e afirmam mesmo tratar-se de namorado ou esposo.

Alguns cidadãos citados pelo Jornal Notícias, manifestaram sua indignação  em relação ao imbróglio, por este dar célere aos casamentos prematuros, numa altura em que há um esforço da sociedade civil para findar as essas práticas.

Pedro Garcia, comerciante em Cuamba, mostrou-se descontente em relação à esse fenómeno. “Sabemos todos que os cidadãos que aqui se encontram a trabalhar em projectos fomentam a prostituição infantil, aproveitando- se da vulnerabilidade sócio-económica das nossas concidadãs”, disse.

Por seu turno Marina Alice, doméstica de 70 anos, condena a prostituição infantil pois no seu entender é provocada por trabalhadores estrangeiros que prestam serviços no projecto de linha férrea, no âmbito do escoamento do carvão mineral para terminal multiuso de Nacala-a-Velha a partir de Moatize, província de Tete.

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“Enganam as raparigas com roupa, calçado e outras coisas adquiridas fora do país, para abusarem sexualmente delas. Isso é inadimissível. Eles fazem o que nos seus países é condenável e dá direito à prisão”, disse Marina Alice.

O  director distrital do Serviço de  Género, Criança e Acção Social em Cuamba, Simião Naueha, reconheceu que a prostituição infantil está a ganhar grandes proporções preocupantes e acrescenta ainda que isso deveu-se ao facto de alguns pais encobrirem a situação.

Naueha defendeu sua posição, alegadamente por existirem chefes de famílias que tiram benefícios a seu favor pelo envolvimento de suas filhas com estrangeiros e, desta forma, se esta prática esta persistir, Cuamba poderá ter muitos casos de gravidezes indesejadas e crianças desamparadas.

O chefe da pasta que defende os direitos da mulher e criança comprometeu-se a mobilizar a sociedade civil local no trabalho de sensibilização, em particular às igrejas, autoridades tradicionais, cuja mensagem é obedecida no seio da comunidade.