Economia Porto de Pemba com novo terminal para manusear gás e petroleo

Porto de Pemba com novo terminal para manusear gás e petroleo

Constituído por um aterro de acesso, com cerca de cem metros de comprimento e uma plataforma flutuante de acostagem capaz de receber dois navios em simultâneo, o novo cais é propriedade da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), devendo ser gerida com base num contrato a ser rubricado com a firma Balloré Africa Logistics.

Num comunicado enviado ontem à nossa Redacção, os CFM dão conta que o novo cais flutuante, cuja construção custou cerca de 12 milhões de dólares americanos, é o primeiro do género no país e foi concebido exclusivamente para manusear petróleo e gás.

Sobre o assunto, a Ballore Africa refere, em comunicado igualmente enviado ao nosso jornal, que a nova infra-estrutura vai reverter a actual situação em que o manuseamento daqueles produtos era feito no cais comercial do Porto de Pemba, sendo que com a inauguração do novo terminal fica aliviado para receber mais navios e responder de maneira independente às necessidades de manuseamento de outro tipo de carga.

Ilidia Rocha, Directora de vendas da companhia, explica que o novo Terminal vai fornecer respostas rápidas e mais baratas às necessidades de manuseamento de gás e produtos petrolíferos comparativamente ao porto tradicional, o que vai permitir o desenvolvimento comercial do porto de Pemba e o consequente crescimento da economia naquela região do norte do país.

A cerimónia de inauguração da nova infra-estrutura será orientada pela vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, e contará com a presença de órgãos locais de soberania e de representantes de empresas interessadas no projecto.

Porto de Pemba com novo terminal para manusear gás e petroleo

A construção do Terminal Petroleiro de Pemba é um projecto alinhado com o Plano Director para o Gás Natural em Moçambique, aprovado no ano passado no pressuposto de que apesar do grande potencial de hidrocarbonetos que possui, Moçambique tem poucas infra-estruturas e um grande défice de força de trabalho qualificada, factores que podem condicionar o alcance do objectivo de se tornar num importante actor mundial nos mercados de hidrocarbonetos, sobretudo do gás natural.

Um estudo desenvolvido no âmbito do plano director indica que devido à sua fraca capacidade interna para explorar recursos como o gás natural e outros que vão sendo descobertos, Moçambique continua a depender de promotores externos para poder rentabilizar os recursos.

Em 2011 duas companhias petrolíferas internacionais, nomeadamente a Anadarko Petroleum e a ENI anunciaram descobertas de 33 a 38 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável ao largo da costa na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.

Prospecções feitas à posterior sugeriram que a bacia do Rovuma pode conter reservas superiores a 100 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável. Com efeito, duas outras empresas internacionais, nomeadamente a Statoil, da Noruega, e a Petronas, da Malásia, lançaram-se igualmente em operações de pesquisa que se espera venham a produzir resultados que confirmem as previsões.

A construção de infra-estruturas como terminais de exportação segue-se à conclusão de que as quantidades de gás natural descobertas na região norte do país são comercialmente viáveis.