Apesar da ausência de parte dos médicos, as unidades sanitárias a diferentes níveis do território nacional funcionaram.
Entretanto, houve várias consultas e outros serviços cancelados devido a paralisação daqueles profissionais, de acordo com dados apurados pelas nossas equipas de Reportagem e confirmados pelas direcções das unidades sanitárias e o Ministério da Saúde (MISAU).
Não foi possível obter ontem uma leitura geral do cenário actual a partir do MISAU, uma vez que as tentativas de chegar à fala com o porta-voz goraram-se.
Contudo, sabe-se que os afeitos da greve dos médicos foram mais sentidos na cidade de Maputo, onde só no Hospital Central o MISAU reportou a ausência de pouco mais de 70 médicos, para além dos 150 médicos estagiários avançados pela respectiva Direcção Clínica.
Enquanto os pacientes davam falta dos médicos nos hospitais da cidade de Maputo, em particular, aqueles quadros aglutinavam-se em diversos pontos públicos da capital.
Na terça-feira, 24 horas após a eclosão da paralisação, cerca de 150 membros da AMM foram à praia da Costa do Sol fazer limpeza, explicando que o gesto visava evitar que os cidadãos contraíssem doenças que lhes levassem aos hospitais.
Na mesma terça-feira, o Ministério da Saúde e a Associação Médica de Moçambique ensaiaram em Maputo, uma primeira aproximação de posições.
Não foram revelados detalhes do encontro, mas Martinho Djedje, director dos Recursos Humanos e porta-voz do MISAU, disse que as partes tentaram, na ocasião, solucionar os pontos de divergências, principalmente no que tange ao aumento salarial dos médicos.
As conversações ocorreram no mesmo dia em que a AMM reportou que cerca de 90 por cento dos seus associados, 987 médicos e 137 estagiários, aderiram à paralisação.
Em conferência de Imprensa na quarta-feira, o MISAU disse estar em estudo um aumento salarial para o pessoal da Saúde, incluindo os médicos, não se sabendo ainda em que moldes será, nem quando vai se materializar.
Na quinta, os médicos reunidos no Jardim Nangade, centro da cidade, agendaram para o dia seguinte, sexta-feira, uma sessão de exercícios físicos no Centro de Manutenção António Repinga, o que veio a falhar devido à chuva que começou a fazer-se sentir da capital.