Mais de 20 mil toneladas de peixe capturadas em Cahora Bassa

A direcção provincial de Pescas, em Tete, registou nos últimos 10 meses do ano em curso uma produção de cerca de 20 mil toneladas de peixe diverso, ao longo das águas da albufeira de Cahora Bassa.
Mais de 20 mil toneladas de peixe capturadas em Cahora Bassa

A directora daqueles serviços, Maria Cunhete Manyamba, disse que da quantidade pescada se destacam cerca de 10 mil toneladas de kapenta, peixe miúdo com bastante valor nutritivo e um dos produtos de exportação que contribui para o balanço de receitas para a província e do país em geral.

A produção pesqueira naquele maior rio que atravessa o nosso país, entrando pela província de Tete, na zona centro, está nos últimos anos a registar um crescimento derivado, fundamentalmente, do facto de, nos últimos tempos, não haver a turvação das águas da albufeira, possibilitando aos operadores e pescadores artesanais exercerem com tranquilidade a sua actividade.

De acordo com a directora provincial de Pescas, o objectivo central do governo é reforçar a contribuição do sector na melhoria da segurança alimentar e nutricional para a população, bem como aumentar a contribuição líquida para o equilíbrio da balança de pagamentos.

Entretanto, os operadores da pesca semi-industrial de peixe kapenta, ao longo da albufeira de Cahora-Bassa, nos distritos de Cahora-Bassa e Mágoè, estão apreensivos com a crescente onda de roubo do pescado nos últimos anos, protagonizados pelos seus trabalhadores, nos centros de produção e processamento.

Em contacto com o nosso jornal, Steven Kausendo, um dos empresários da pesca semi-industrial de kapenta, na região de Nhambandu, distrito de Cahora-Bassa, disse que a maior parte dos trabalhadores pratica roubos nos centros de processamento e no regresso da recolha das redes de pesca na calada da noite.

«Estes nossos compatriotas estão a prejudicar-nos porque são aliciados por alguns cidadãos nacionais e estrangeiros, como zambianos, zimbabweanos e congoleses, que existem ao longo da albufeira de Cahora-Bassa à procura do pescado, que levam em sistema de contrabando para os seus países» – disse Steven.

A situação de roubos de pescado já atinge níveis bastante altos e a contribuir negativamente na balança dos rendimentos no final de cada ano e, como consequência, algumas empresas pesqueiras estão a reduzir a mão-de-obra e outras correm o risco de encerrarem as portas por incumprimento de algumas obrigações, como salários, impostos, combustíveis e outros lubrificantes.

Presentemente, operam na Albufeira de Cahora-Bassa, em Tete, na pesca semi-industrial de kapenta 52 empresas, com uma frota de 252 embarcações de diverso calibre.