A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) revelou a sua intenção de retomar a greve, caso o Governo não atenda às suas reivindicações.
Durante uma conferência de imprensa realizada na capital, o presidente da APSUSM, Anselmo Muchave, fez apelos à alteração da comissão governamental que tem estado a conduzir as negociações.
Muchave argumenta que o incumprimento dos protocolos previamente acordados tem dificultado o progresso das negociações.
Segundo ele, a actual comissão não tem desempenhado adequadamente o seu papel de mediador, levando à insatisfação da associação. “Estamos a ser ignorados, pois já apresentámos as nossas preocupações ao Governo. A equipa que foi designada tem ignorado os nossos apelos e optado por criar grupos de WhatsApp para tratar de questões que envolvem a vida dos profissionais de saúde”, afirmou.
A APSUSM apresentou ao Governo, em 2023, uma carta reivindicativa que inclui exigências como o pagamento de horas extraordinárias, turnos, exclusividade, o reenquadramento do regime do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a regularização de salários. Muchave sublinhou que, apesar das promessas do Governo de que a situação era resolvida, não houve qualquer documentação formal que comprove os progressos anunciados.
“No último mês de Março, avisámos que poderíamos retomar a greve por tempo indeterminado, se as nossas preocupações não fossem devidamente abordadas. Este aviso surge dois anos após a assinatura dos acordos entre a APSUSM e o Governo para encontrar soluções para a carta reivindicativa”, concluiu.
A situação permanece em aberto, com a classe de profissionais de saúde a aguardar uma resposta do Governo que possa evitar a paralisação dos serviços.