A população do posto administrativo de Ressano Garcia, no distrito da Moamba, província de Maputo, enfrenta uma grave escassez de água, apesar dos esforços para reabilitar o sistema de abastecimento local.
A principal causa do problema é o baixo caudal do rio Incomáti, que dificulta a captação de água necessária para garantir o funcionamento eficaz do sistema de fornecimento.
Os residentes das zonas mais elevadas de Ressano Garcia são os mais prejudicados, dependendo de dois fornecedores privados de água para satisfazer as suas necessidades básicas.
No entanto, a água fornecida por estes privados é descrita como salobra, levando muitos habitantes a preferirem comprar água purificada para o consumo. Esta opção, no entanto, nem sempre está disponível para todas as famílias, especialmente as de menores recursos.
Adélia Nhantumbo, comerciante e moradora do bairro 4 de Outubro, relatou ao jornal Notícias que a água fornecida pelos privados é inadequada para beber devido ao seu sabor salgado. As famílias que não têm condições para comprar água potável recorrem ao rio Incomáti, correndo o risco de serem atacadas por hipopótamos e crocodilos. Além disso, a água do rio é considerada imprópria para consumo humano, representando um sério risco para a saúde pública.
Diante desta situação crítica, o uso de água é feito de forma muito cuidadosa, com os residentes a percorrerem grandes distâncias para a encontrar. O chefe da localidade, Samuel Nhantave, mostra-se optimista com a aproximação da época chuvosa, esperando que o aumento do caudal do Incomáti possa permitir uma melhor captação de água e, consequentemente, aliviar o problema de abastecimento na comunidade.
No entanto, enquanto se aguarda por uma solução mais definitiva, as dificuldades persistem, forçando a população a adaptar-se a condições precárias para garantir o acesso a um bem essencial como a água.