A Associação Nacional dos Enfermeiros (ANE) manifestou, recentemente, a sua insatisfação em relação à actual direcção da Ordem dos Enfermeiros, levantando sérias preocupações sobre a penalização prevista para enfermeiros que não estão inscritos na referida ordem.
O alerta foi feito pelo presidente da ANE, Raul Piloto, durante uma conferência de imprensa realizada na capital.
Piloto salientou que a situação é particularmente alarmante, uma vez que os actuais dirigentes da Ordem dos Enfermeiros estão a exercer funções além do seu mandato, que começou em 2017 e deveria ter terminado em 2021. “Estamos a viver uma crise de gestão que não podemos ignorar. A continuação destes dirigentes à frente da Ordem é um desrespeito pelas normas estabelecidas”, afirmou.
O presidente da ANE também deixou claro que, caso as penalizações sejam efectivamente aplicadas aos enfermeiros não inscritos, a classe não hesitará em avançar para uma greve a nível nacional. “Este é um apelo à unidade. Se a penalização for levada a cabo, a nossa única resposta será a greve, o que poderá impactar gravemente as unidades de saúde que já enfrentam dificuldades,” advertiu Piloto.
Neste momento, cerca de 3 mil enfermeiros estão associados à ANE, enquanto aproximadamente 19 mil estão registados na base de dados do Ministério da Saúde. Esta disparidade levanta preocupações sobre a adesão à Ordem e o futuro da profissão em Moçambique.
A ANE está a apelar a um diálogo construtivo com a Ordem dos Enfermeiros, de forma a encontrar uma solução que respeite os direitos dos profissionais de saúde e assegure a qualidade dos serviços prestados à população. A situação continua a ser monitorizada, com a classe dos enfermeiros à espera de respostas que possam evitar uma paralisação no sector da saúde.
