Destaque Tribunal Penal Internacional condena “ameaças” russas após emitir mandato de captura

Tribunal Penal Internacional condena “ameaças” russas após emitir mandato de captura

epa10536858 Russian President Vladimir Putin delivers a speech during the ceremony to present the 2022 Presidential Prize for young culture professionals and the Presidential Prize for writing and art for children and young people at the Kremlin, in Moscow, Russia, 22 March 2023. Young cultural figures have been awarded Presidential Prizes for 12 years. EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN POOL MANDATORY CREDIT

O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou, na quarta-feira, as “ameaças” emanadas da Rússia a membros da sua equipa após emitir um mandado de captura do presidente russo, Vladimir Putin, pelo crime de guerra de deportação de crianças ucranianas.

A Presidência da Assembleia dos Estados Partes do TPI, o órgão legislativo que reúne os seus 123 membros, revelou que houve “ameaças” contra o tribunal e “medidas anunciadas contra o procurador e juízes envolvidos na emissão de mandados de captura relacionados com a situação na Ucrânia”.

A Rússia anunciou na segunda-feira a abertura de uma investigação criminal contra o procurador e três juízes do TPI, após a emissão por aquela instância judicial de um mandado de captura de Putin e da sua comissária para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova.

Segundo a imprensa neerlandesa, o ex-presidente russo Dimitri Medvedev, atual ‘número dois’ do Conselho de Segurança da Rússia e que costuma fazer declarações polémicas, aconselhou, no mesmo dia, na plataforma digital Telegram, os juízes do TPI a “olharem atentamente para o céu”, referindo-se ao poder de ataque russo.

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Num comunicado, o órgão legislativo do TPI lamentou hoje “essas tentativas de obstruir esforços internacionais que pretendem garantir a responsabilização por atos proibidos pelo direito internacional geral” e “reiterou igualmente a sua plena confiança no tribunal”.

O procurador-geral do TPI Karim Khan, que está há mais de um ano a investigar eventuais crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos durante a ofensiva russa na Ucrânia, que já entrou no seu segundo ano, declarou que o número de presumíveis deportações de crianças ucranianas para a Rússia ou territórios que ela controla “alcança os milhares”.

De acordo com o Kiev, mais de 16.000 crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, muitas das quais foram colocadas em instituições e famílias de acolhimento.