O Governo admite a possibilidade de privatização das empresas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e Tmcel (telecomunicações) para resgate das duas companhias face “à complicada situação financeira” em que se encontram, disse ontem uma fonte ligada ao processo à Lusa.
A privatização “é um dos cenários a ter em conta, mas o destino final a dar a estas empresas vai resultar de um processo de reflexão em curso”, avançou.
Até Dezembro, prosseguiu, “é provável que haja uma decisão” sobre o futuro da LAM e da Tmcel.
Uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), divulgada na semana passada, aponta-as como tecnicamente insolventes, a sobreviver de injecções de capital e de garantias do Estado para responder perante os credores, e, como tal, representando um elevado risco para as contas públicas.
A informação está em linha com as declarações feitas no domingo pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, ao canal privado de televisão Media Mais, segundo as quais está a ser ponderada a entrega de ambas as empresas a privados, remetendo uma decisão para a avaliação em curso sobre o melhor cenário.
Em Agosto, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, admitiu que a LAM e a Tmcel precisam de uma reestruturação para entrarem na via da sustentabilidade.
“Temos estado a discutir o caso da reestruturação da LAM e da Tmecel”, enfatizou na altura.
As mudanças nas duas empresas, acrescentou, são parte de uma reestruturação do sector empresarial do Estado (SEE), visando o saneamento financeiro das que enfrentam dificuldades.