Destaque Antigos funcionários da ONU instam Guterres a ter “presença” na guerra

Antigos funcionários da ONU instam Guterres a ter “presença” na guerra

Um grupo de mais de 200 antigos altos funcionários da ONU escreveu ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres, avisando-o de que, a menos que ele tome a iniciativa de tentar mediar uma paz na Ucrânia, a ONU arrisca-se não só à irrelevância, mas também a sua existência.

De acordo com o Notícias ao minuto, os antigos funcionários, incluindo muitos antigos subsecretários da ONU, exortaram-no a estar preparado para assumir riscos para garantir a paz, dizendo que a ONU enfrenta uma ameaça existencial devido à invasão da Ucrânia por um dos cinco membros permanentes do conselho de segurança.

“O que nós e o público em geral queremos ver, no entanto, é uma presença política da ONU e um envolvimento público, para além da notável resposta humanitária da ONU à crise da Ucrânia”, disseram os autores.

“Queremos ver uma estratégia clara para restabelecer a paz, começando com um cessar-fogo provisório, e a utilização da capacidade da ONU para bons ofícios, mediação e resolução de conflitos. Isto poderia incluir visitas às zonas afetadas pelo conflito, discussões com as partes em conflito, até mesmo a deslocação temporária do seu próprio gabinete para a Europa, mais próximo das negociações necessárias e, assim, indicando a determinação da ONU em abordar frontalmente esta grande crise”, cita o The Guardian.

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Os autores da carta incluem Jeffrey Feltman, subsecretário geral da ONU para os assuntos políticos entre 2012-2018; Andrew Gilmour, ex-secretário geral adjunto da ONU para os direitos humanos entre 2016 e 2019; Franz Baumann, ex-secretário geral adjunto da ONU para a assembleia geral até 2015; Ajay Chhibber, subsecretário geral adjunto do PNUD; e José Antonio Ocampo, ex-secretário geral adjunto das Nações Unidas para os assuntos económicos e sociais.

“Decidimos levantar a nossa voz por preocupação com o desafio existencial que as Nações Unidas enfrentam neste momento histórico”, escrevem. “A invasão russa da Ucrânia mina gravemente a ordem mundial pós guerra mundial. É o auge de uma série de ameaças à paz e segurança da humanidade, prosperidade partilhada e respeito pelos direitos humanos que as Nações Unidas encarnam”.

Os autores da carta admitem não saber se Guterres está envolvido em qualquer mediação nos bastidores. “Sabemos que vos preocupais profundamente em assegurar um impacto positivo das nossas Nações Unidas na humanidade e no planeta, o que também marcará o vosso legado ao leme do corpo mundial”, escrevem ainda.

Esta carta surge após a Rússia garantiu esta terça-feira que o secretário-geral da ONU, António Guterres, não tentou contactar o presidente russo, Vladimir Putin, desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.