Milhares de funcionários dos serviços secretos norte-americanos podem em breve ser demitidos por recusarem ser vacinados contra a covid-19, levando os congressistas republicanos a preocuparem-se com a perda de postos de trabalho em agências essenciais para a segurança nacional.
No global, a percentagem de oficiais de inteligência vacinados é maior do que a da população norte-americana — 97% na CIA, por exemplo. Mas há percentagens mais baixas em algumas das 18 agências de serviços secretos, que empregam cerca de 100 mil pessoas, segundo o congressista Chris Stewart.
Citando informações fornecidas pela Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, mas não divulgadas publicamente, Chris Stewart disse que várias agências tinham cerca de 20% dos funcionários não vacinados até ao final de outubro. Algumas agências atingem os 40%, acrescenta.
Chris Stewart escusou-se a identificar as agências, porque as informações completas sobre as taxas de vacinação são confidenciais.
Embora muitas pessoas provavelmente ainda sejam vacinadas antes do prazo final do governo, 22 de novembro, para os trabalhadores do Estado, a resistência à obrigatoriedade pode deixar as principais agências responsáveis pela segurança nacional sem alguns funcionários.
Os oficiais de inteligência são particularmente difíceis de substituir devido ao trabalho altamente especializado que realizam e às dificuldades em concluir as habilitações.
Na semana passada, o diretor da CIA, William Burns, divulgou publicamente que 97% dos oficiais da agência haviam sido vacinados. O Escritório Nacional de Reconhecimento (NRO), que manobra satélites espiões dos Estados Unidos, tem mais de 90% da sua força de trabalho vacinada.
O gabinete do Diretor de Inteligência Nacional recusou vários pedidos para facultar dados à comunidade dos serviços secretos, tendo também não informado quais os planos de contingência em vigor, no caso de os oficiais virem a ser dispensados por não cumprirem a vacinação obrigatória.
A diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, recusou-se numa audiência na última semana a revelar a percentagem de funcionários vacinados, mas disse não prever “um problema para a missão”.
A taxas de vacinação fornecidas por Stewart são mais altas do que aquelas da população geral dos Estados Unidos. Cerca de 70% dos adultos norte-americanos estão totalmente vacinados e 80% receberam pelo menos uma dose da vacina.