Sociedade Advogado é investigado por branqueamento de capitais e obstrução à justiça

Advogado é investigado por branqueamento de capitais e obstrução à justiça

O Advogado Alexandre Chivale está a ser investigado pelo Ministério Público, num processo autónomo por suspeita de branqueamento de capitais nas empresas Txopela Investimentos e Dandula, nas quais é administrador e sócio maioritário, respectivamente. 

As investigações surgiram após evidências da ligação do causídico com as duas empresas, usadas para receber dinheiro da Privinvest em benefício de particulares. As mesmas fontes referem que as investigações foram igualmente espevitadas pelo facto de o  advogado estar a ser suspeito de obstruir a continuidade das diligências em curso por parte do Ministério Público.

Chivale é também apontado de, sistematicamente, viajar para o Líbano ao encontro de Jean Boustani e outros sócios da Privinvest, facto que, segundo o Ministério Público, está a inviabilizar o curso normal das investigações sobre estes.

Até há bem pouco tempo advogado de defesa dos réus António Carlos do Rosário, Maria Inês Moiane e Elias Moiane no julgamento do caso “Dívidas Não Declaradas”, Alexandre Chivale, viu-se impedido pelo tribunal de continuar a exercer o patrocínio dos mesmos por incompatibilidade e conflito de interesses, acabando por ser constituído declarante nos presentes autos.

O Ministério Público refere, na acusação do caso “Dívidas Não Declaradas”, que a Txopela Investimentos, empresa de que o causídico é administrador, recebeu, dissimulou e branqueou milhões de dólares pagos pelo Grupo Privinvest para a compra de imóveis a favor do réu António Carlos do Rosário.

Aponta ainda Chivale de deter 75 por cento do capital como sócio da empresa Dandula, que gere os activos imobiliários adquiridos pela Txopela Investimentos com os fundos resultantes do calote, ora em julgamento.

Na semana passada, o juiz Efigênio Baptista ordenou a exoneração da Txopela Investimentos como fiel depositária por não ter sido nomeada pelo tribunal, no despacho que determinou a penhora dos imóveis ocupados e geridos pelo causídico.

Em consequência, o juiz da causa ordenou ao administrador da Txopela, neste caso o advogado Alexandre Chivale, a abandonar, em cinco dias úteis, os referidos activos imobiliários e entregar as chaves ao tribunal que, por sua vez, os depositará na Direcção Nacional do Património do Estado.

Na quinta-feira da semana passada, foi substituído nos presentes autos pelo advogado Isálcio Mahanjane, que passa doravante a defender, para além de Ndambi Guebuza, os co-réus António Carlos do Rosário, Maria Inês Moiane e Elias Moiane.