Politica COVID-19: Nyusi acusado de omitir informações

COVID-19: Nyusi acusado de omitir informações

O Centro para Democracia e Desenvolvimento acusou este domingo o chefe de Estado moçambicano de ter omitido informações sobre os apoios que o país recebeu de parceiros no relatório enviado ao parlamento sobre os quatro meses de estado de emergência.

“No seu relatório sobre o fim do estado de emergência submetido à Assembleia da República, Filipe Nyusi não informa aos deputados sobre os apoios e créditos concessionais que Moçambique tem estado a mobilizar junto dos parceiros de cooperação para financiar a estratégia de resposta à pandemia da covid-19”, lê-se numa nota distribuída à comunicação social pela organização não-governamental Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD).

A 23 de Março, o Governo moçambicano pediu a parceiros, em Maputo, um apoio financeiro de 700 milhões de dólares (594 milhões de euros) para cobrir o buraco fiscal provocado pela pandemia no Orçamento do Estado (OE) de 2020, bem como para financiar o combate à doença e dar apoios para os mais pobres.

Entre os parceiros que manifestaram interesse em apoiar, o destaque vai para um empréstimo de 309 milhões de dólares (262 milhões de euros) que já foi disponibilizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) a Moçambique, bem como um outro montante de 40 milhões de dólares(34 milhões de euros) aprovado a 22 de Julho pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

O relatório que o chefe de Estado moçambicano enviou na sexta-feira ao parlamento não apresenta informações relacionadas com os apoios, o que é “preocupante” para a organização não-governamental CDD.

“Numa das passagens do relatório, o Presidente da República reporta a abertura de uma conta bancária para facilitar a prestação de contas dos fundos recebidos no âmbito da estratégia de resposta à COVID-19. Mas no documento não consta nenhuma informação sobre o dinheiro que Moçambique recebeu nos últimos quatro meses, muito menos o destino a que foi dado”, refere a ONG.