O Governo dos EUA acusou esta terça-feira 21, dois piratas informáticos chineses de roubar centenas de milhões de dólares em segredos comerciais de empresas que estão a trabalhar numa vacina contra a covid-19.
O Departamento de Justiça norte-americano dizem que os ‘hackers’ investigaram as vulnerabilidades de redes de computadores de empresas envolvidas no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, para lhes roubarem informação valiosa.
Este é o primeiro processo judicial contra ‘hackers’ por roubo de inovação científica envolvendo o novo coronavírus, apesar das autoridades norte-americanas terem alertado para esta possibilidade, há vários meses, mas, na semana passada, as autoridades dos EUA, Canadá e Reino Unido já tinham levantado suspeitas sobre o envolvimento de piratas informáticos com o Governo russo, em atividades criminosas relacionadas com vacinas.
“A China ocupa agora o seu lugar, ao lado da Rússia, Irão e Coreia do Norte no vergonhoso clube dos países que fornecem refúgio seguro para cibercriminosos que trabalham ao serviço do Estado, neste caso para alimentar a fome insaciável do Partido Comunista Chinês pela propriedade intelectual desenvolvida por empresas norte-americanas, nomeadamente na pesquisa contra a covid-19”, disse, em comunicado, o procurador assistente John Demers, do Departamento de Justiça.
O processo judicial foi iniciado, no início deste mês, num tribunal federal do estado de Washington, tendo sido hoje divulgado.
O Governo chinês ainda não comentou este processo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.