Internacional Irão nega qualquer dimensão militar do seu programa espacial

Irão nega qualquer dimensão militar do seu programa espacial

O ministro da Defesa iraniano refutou na quarta-feira (12) as acusações acerca da dimensão militar do programa espacial da República Islâmica, feita por Washington, dias depois da nova tentativa de lançamento de um satélite em Teerão.

O chefe da diplomacia norte-amerciana, Mike Pompeo, acusou o Irão de querer reforçar as suas competências no domínio dos mísseis balísticos através do lançamento de satélites.

O dossier do material de lançamento dos satélites e dos próprios satélites é uma questão civil”, afirmou Amir Hatami, oficial do exército iraquiano

Hatami insistiu que utilizar os satélites para fins defensivos é “um direito absoluto da nação iraniana”, e que “não há qualquer proibição no mundo” contra o programa espacial da República Islâmica. No entanto, Pompeo advertiu que a america continuará “a exercer uma pressão enorme sobre o regime (iraniano) para que modifique o seu comportamento”, criticando as “atividades perigosas” que têm protagonizado no campo dos mísseis balísticos.

As tecnologias utilizadas para colocar os satélites em órbita são praticamente idênticas e podem trocar-se” com as utilizadas para “os mísseis balísticos intercontinentais”, salientou o secretário de Estado.

Ainda assim, o Irão respondeu esta quarta-feira que vai continuar com o seu programa espacial, e que prevê que no próximo ano seja lançado uma nova versão do satélite Zafar.

No domingo, os Guardas da Revolução iranianos revelaram um míssil balístico de curto alcance, que pode, dizem, ser projetado por um reactor de “nova geração” concebido para colocar satélites em órbita. O general Hossein Salami, comandante dos Guardas da Revolução, revelou o míssil Raad-500 e os reatores ao lado do general Amirali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial.

As tensões entre os Estados Unidos e o Irão, que têm vindo a crescer desde que Washington abandonou unilateralmente em maio de 2018 o acordo internacional sobre o nuclear iraniano, agravaram-se em janeiro com o ataque norte-americano em Bagdad que matou um poderoso general iraniano Qassem Soleimani.