Sociedade Incêndio mata mãe, filha e irmão no Bairro Maxaquene “C”

Incêndio mata mãe, filha e irmão no Bairro Maxaquene “C”

Tragédia na cidade de Maputo! Três pessoas da mesma família perderam a vida, na consequência de um incêndio que deflagrou, na madrugada de ontem, numa residência no Bairro Maxaquene C. Uma vela acesa no quarto de mãe e filha é apontada como a causa do incêndio.

Tarde chuvosa na capital, qual bênção? Nem as águas dos céus que alagaram a cidade de Maputo foram capazes de travar a fúria de um fogo que tudo consumiu, tendo destruído vidas e sonhos.

Quando a nossa equipa de reportagem chegou à residência, o cenário era de paredes queimadas, aparelhos danificados, sangue no chão, enfim tudo destruído: um autêntico cenário de tragédia.

Na casa estavam Laurinda Nhamussua (36 anos), sua filha Luisinha Laurinda (8 anos) e Januário Nhamussua (28 anos). Ao que tudo indica, o incêndio foi causado por uma vela que estava acesa no compartimento onde mãe e filha habitualmente dormiam – uma vez que não havia lâmpada no quarto -. Entretanto, testemunhas contam que estas ter-se-iam apercebido do incêndio e depois fugido para o quarto ao lado onde Januário dormia. Contam ainda que devido a fumaça, estes não teriam conseguido fôlego para procurar pela saída, uma vez que se encontrava distante dos quartos.

Cristina Alberto vive na dependência anexa à casa principal. À nossa reportagem disse não ter-se apercebido do incêndio mesmo depois de ter acordado. “Quando saí não notei nada estranho. Depois de algum tempo – por volta das 8h00 – fui bater a porta e ninguém me respondeu. Pensei que fosse resultado do tempo que fazia, porque tendencialmente as pessoas dormem mais quando chove. Sucede que o tempo ia passando e ninguém acordava, tomei a iniciativa de me aproximar à janela e me apercebi que havia fumaça no interior, fiquei em pânico e procurei ajuda”, disse entristecida.

Julião Salvador, vizinho das vítimas, contou que nada indicava que tinha havido incêndio na residência. “Quando fui solicitado (por volta das 11h00), não notei nada estranho porque do lado exterior não havia indícios de incêndio.

Quando aproximamos à janela aí sim vimos que algo estava errado. Partimos um dos vidros e vimos muita fumaça no interior. Tivemos a ideia de arrombar a porta, mas foi difícil e optamos por entrar por cima da casa.

Um dos irmãos das vítimas tirou uma chapa e visualizou a tragédia. Entrou e saiu pela porta principal a chorar. Eu tive medo de entrar”, disse a testemunha para depois avançar que “corremos para chamar o chefe de quarteirão que teve a iniciativa de entrar. Ao entrarmos encontramos todos eles deitados, a menor estava em baixo da cama, foi chocante”, terminou entristecido.

Segundo testemunhas que presenciaram a situação, os corpos não apresentavam queimaduras, o que fortifica a tese de que morreram por inalação de fumaça.O acontecimento deixou a vizinhança chocada e sem argumentos para caracterizar a situação. Porque nenhum ser humano tinha explicação para tamanha tragédia, a família buscou forças no poder de Deus através de orações. Os corpos foram retirados da residência por volta das 16h00 por agentes do Serviço de Investigação Criminal para a morgue o Hospital Central de Maputo.