Politica Nyusi insta britânicos para investirem em Moçambique e criarem empregos

Nyusi insta britânicos para investirem em Moçambique e criarem empregos

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou na segunda-feira (20) aos empresários britânicos para investirem no país e contribuírem para a criação de empregos e maior justiça social.

Numa intervenção durante a primeira Cimeira de Investimento Reino Unido-África, o chefe de Estado moçambicano disse que a justiça social é uma das prioridades do seu mandato e do seu governo.

“Os bens, a riqueza que existe em Moçambique, têm de beneficiar em primeiro lugar o nacional moçambicano. Mas para tal estamos a mobilizar os investimentos estrangeiros para poderem vir operar a Moçambique. Estou aqui neste país, e aproveito para convidar os britânicos, para investir em Moçambique”, afirmou.

O Presidente acrescentou ainda: “Queremos que haja mais emprego para os moçambicanos”.

Filipe Nyusi foi um dos 16 chefes de Estado que aceitaram o convite do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para participar no evento, onde estiveram 21 países representados.

O chefe de Estado moçambicano, que tomou posse na semana passada, interveio no painel “Oportunidades de Crescimento em África”, realçando a importância de vir “ao encontro dos investidores” e “falar para os investidores sobre Moçambique”.

“Moçambique ainda é virgem em termos de riqueza. Tem o subsolo rico em minerais, tem o solo, que dá para fazer todo o tipo de agricultura. O mais fácil é dizer o que não se faz, porque produz-se tudo. Mas Moçambique também tem o mar, tem lagos. Moçambique tem muitas fontes de energia: solar, eólica, hídrica, carvão, gás, etc. Mas o principal que existe em Moçambique é o capital humano”, frisou.

O Presidente moçambicano salientou a importância do investimento público e privado na economia, reconhecendo ser “fundamental” a estabilidade política e social e a melhoria do ambiente de negócios.

“O país tem de estar estável do ponto de vista de segurança, porque todos os investimentos só podem ser realizáveis num país seguro, onde as pessoas se sentem à vontade, onde se pode investir e esses investimentos podem progredir”, destacou.

O chefe de Estado viajou com uma delegação de 26 empresas, a maioria ligadas ao agronegócio, com o objectivo de angariar recursos financeiros.

“O nosso país tem um leque de oportunidades de recursos naturais. Entretanto, temos problemas de financiamento e de conhecimento. Vamos continuar a encontrar escolas técnicas que se queiram estabelecer em Moçambique, mas também recursos financeiros para ‘bancar’ os nossos projectos. Estamos a trazer projetos avaliados em 160 milhões de libras [188 milhões de euros]”, revelou Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique.

Lourenço Sambo, director-geral da Agência de Investimento e Exportações, valorizou o facto de Moçambique fazer parte da Commonwealth porque facilita as relações com vários vizinhos de fronteira, como o Zimbabué ou o Malaui, mas também com o Reino Unido.

“Para nós é extremamente importante esta relação, em particular por causa do ‘Brexit’. O Reino Unido fora da União Europeia ajuda. Primeiro, vamos ter uma relação bilateral. Antes, tínhamos uma relação multilateral e muitas vezes essa relação era intermediada pela África do Sul ou pelo bloco da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]. E isso não deixava tirar muitas vantagens. Uma relação bilateral é perfeita”, concluiu.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje no discurso de abertura que quer tornar o Reino Unido o “parceiro de investimento favorito” dos países africanos e urgiu os líderes presentes a aproveitar as oportunidades oferecidas pelo pós-Brexit.

Para esta primeira Cimeira de Investimento, Boris Johnson conseguiu a participação de 21 dos 54 países africanos, incluindo 16 chefes de Estado – da Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Egito, Gana, Guiné, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Quénia, Malaui, Mauritânia, Ilhas Maurícias, Ruanda, Senegal, Serra Leoa e Uganda.

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, cancelou a participação, tendo enviado em representação o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.