Pelo menos 12 civis, incluindo sete crianças, foram mortos na terça-feira (21) no noroeste da Síria em ataques aéreos russos, aliados do regime de Bashar al-Assad, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
As vítimas, 10 civis – oito dos quais da mesma família – foram mortos em ataques na zona oeste da província de Alepo, um sector ocupado por jiadistas e rebeldes e adjacente à província de Idlib. As duas restantes morreram na região de Idlib, segundo o OSDH.
“Um dos ataques atingiu uma casa junto à aldeia de Kfar Taal, matando uma família, incluindo seis crianças”, disse à agência France Presse o director do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
A província de Idlib e certas zonas das regiões vizinhas de Alepo, Hama e Latakia são dominadas pelos jiadistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-ramo sírio da Al-Qaeda), embora também lá se encontrem grupos rebeldes.
“Nos últimos três dias, os bombardeamentos contra Idlib e arredores, nomeadamente o oeste de Alepo, são exclusivamente obra dos russos”, adiantou Abdel Rahmane.
“Eles querem afastar os rebeldes e os jiadistas da cidade de Alepo e da autoestrada que liga Alepo a Damasco”, explicou.
Segundo o director do OSDH, os bombardeamentos podem ser a introdução a “uma operação militar” terrestre. “Nas últimas semanas, o regime concentrou reforças nos arredores da cidade de Alepo”, disse.
Na segunda-feira (20), pelo menos sete civis, incluindo cinco crianças, morreram em bombardeamentos russos na província de Alepo, de acordo com o observatório.
A Rússia anunciou há mais de uma semana uma trégua e nega ter realizado ataques desde então.
O poder sírio controla mais de 70% do território e está determinado a reconquistar as zonas ainda dominadas por jiadistas e rebeldes.
A guerra da Síria desencadeada em 2011 já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.