Sociedade Autoridades falam em retirada coerciva de atingidos por cheias na Zambézia

Autoridades falam em retirada coerciva de atingidos por cheias na Zambézia

A Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) de Moçambique apelou para a saída imediata de pessoas que vivem em áreas ribeirinhas da região centro do país devido ao risco de inundações.

“Estamos a apelar para a retirada imediata das populações das zonas ribeirinhas do centro do país”, afirmou Agostinho Vilanculos, chefe DNGRH, em conferência de imprensa esta segunda-feira (20.01).

Desde o princípio do mês em curso que chuvas fortes fustigam a província central da Zambézia. E o Instituto Nacional de Meteorologia Moçambique prevê a continuidade da queda de chuvas fortes até o final da quarta-feira (22.01).

A autarquia de Quelimane já havia emitido um alerta no final de semana para que as famílias que se encontrem em casas submersas procurem abrigo seguro, principalmente nas escolas. Entretanto, esses abrigos continuavam vazios vazios.

Esta segunda-feira, muitos moradores disseram à DW em anonimato que não vão abandonar as suas casas, porque os locais de abrigo indicados não oferecem condições mínimas para sobrevivência e temem que os seus pertences sejam roubados.

“Nós vivemos mal aqui. Nós estamos a pedir drenagem, passar aqui descansarmos com essa cheia”. Afirma uma moradora. Outra delas fala que “não é possível deixar casa, deixar nossos bens, nossas crianças”. Indignada, outra moradora afirma que “nossos bens vão ficar com quem? Vamos ficar aqui mesmo, (…) vamos ficar aqui nas nossas casas”.

Uma delas fala sobre a situação desde o inicio das chuvas: “Nós estamos a passar mal aqui. Não podemos abandonar nossa casa, temos crianças e os nossos bens ficarão com quem?”

Outra moradora faz um apelo: “Não é possível sair daqui. Vamos ficar aqui nas nossas casas. Nós estamos a pedir a drenagem aqui [no bairro Acordos de Lusaka]. As cheias aqui não acabam. Estão a dizer para mudar, vamos mudar para onde? Lá há lugar para todos nós? As pessoas não querem sair daqui porque têm os seus bens, se não vão roubar”, acrescenta.