Destaque PGR de Moçambique quer julgar Jean Boustani

PGR de Moçambique quer julgar Jean Boustani

O Ministério Público de Moçambique diz ter solicitado todas as provas do caso das chamadas dívidas ocultas apresentadas no Tribunal de Brooklyn, de Nova Iorque, durante o julgamento do cidadão libanês, Jean Boustani, que confessou ter subornado funcionários do anterior Governo.

Para analistas e políticos, isso não passa de oportunismo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) diz haver provas e processos-crime instaurados em Moçambique para que Boustani seja julgado em Moçambique, onde é acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em Nova Iorque, o empresário libanês foi ilibado de todas as acusações de branqueamento de capitais, defraudar investidores e fraude por meios electrónicos.

Para António Muchanga, membro sénior da Renamo, o anúncio da PGR não convence porque Jean Boustani não faz parte da lista dos arguidos do Ministério Público.

Muchanga realçou que “quando o Ministério Público aparece hoje a dizer que Boustani pode ser julgado em Moçambique, é oportunismo muito excessivo”.

O Ministério Público reitera também estar a trabalhar para que o antigo ministro das Finanças Manuel Chang, detido na África do Sul, seja extraditado para Moçambique, o que para Sande Carmona, quadro sénior do MDM, não passa de uma encenação “porque o Estado moçambicano, em matéria de gestão do sistema de justiça, é um Estado falhado”.

O economista João Mosca vê neste processo visando a extradição de Manuel Chang para Moçambique, “muita artimanha destinada a satisfazer alguns interesses do sistema político nacional, particularmente a Frelimo”.

Contudo, para o comentarista conotado com a Frelimo Egídio Vaz, “o que está em causa neste processo são interesses nacionais porque o Estado moçambicano foi lesado, sendo por isso que Chang deve ser julgado em Moçambique”.

O antigo ministro continua à espera da decisão do ministro da Justiça e Assuntos Correcionais da África do Sul sobre a sua extradição para Moçambique ou para os Estados Unidos.

Em Maputo, oito pessoas envolvidas no processo estão detidas, entre elas o filho do antigo Presidente da República Armando Guebuza, Ndambi Guebuza.

VOA