Destaque Pelo menos quatro pessoas mortas em estrada de Cabo Delgado

Pelo menos quatro pessoas mortas em estrada de Cabo Delgado

Grupos armados mataram pelo menos quatro pessoas numa das principais estradas de Cabo Delgado, no sábado, o mesmo dia em que as forças de defesa abateram vários insurgentes num ataque a esconderijos na mesma região.

Os dois confrontos aconteceram em distritos contíguos.

O ataque contra civis aconteceu pelas 16h00, entre as aldeias de Manilha e Mumu, no distrito de Mocímboa da Praia, na rota asfaltada que liga norte e sul de Cabo Delgado, disseram fontes locais à Lusa.

Homens armados dispararam sobre um camião e uma viatura que transportava passageiros de Mocímboa da Praia em direcção a Mueda, que se despistou e foi incendiada.

Os relatos de quem sobreviveu apontam para, pelo menos, quatro mortes e vários feridos, mas outras fontes que perderam familiares no ataque indicam que o número de vítimas mortais ascende a 10.

O Ministério da Defesa de Moçambique, que diz desconhecer este ataque relatado por residentes, emitiu um comunicado em que fala de uma ofensiva das forças de defesa e segurança contra esconderijos dos grupos armados.

A artilharia moçambicana disparou contra refúgios de membros daqueles grupos, na foz do rio Messalo, distrito de Muidumbe, a sul de Mocímboa da Praia.

“Durante a operação foram causadas baixas consideráveis aos insurgentes e muitos encontram-se em fuga”, anunciou o Ministério da Defesa.

“As operações prosseguem e as forças de defesa e segurança continuam em prontidão combativa”, concluiu.

A região de Cabo Delgado é afectada desde Outubro de 2017 por ataques armados levados a cabo por grupos criados em mesquitas da região e que eclodiram em Mocímboa da Praia.

Como consequência já terão morrido, pelo menos, 250 pessoas, quase todas em aldeias isoladas e durante confrontos no mato, mas a violência tem-se estendido a viaturas na principal estrada asfaltada da região.

Desde Junho que o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico tem reivindicado alguns dos ataques, mas autoridades e analistas ouvidos pela Lusa têm considerado pouco credível que haja um envolvimento genuíno do grupo terrorista que vá além de algum contacto com elementos no terreno.

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