Sociedade Mais de dois milhões de moçambicanos vivem com HIV/SIDA

Mais de dois milhões de moçambicanos vivem com HIV/SIDA

Moçambique continua a ser um dos países com maior taxa de prevalência do HIV/SIDA na região da África Austral com 2.2 milhões de pessoas infectadas pelo vírus. No ano passado a doença matou mais de 50 mil pessoas.

Os níveis de prevalência do HIV/SIDA continuam preocupantes em Moçambique. O Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA em Moçambique (IMASIDA 2015) aponta que a taxa de prevalência do HIV no país aumentou de 11,5 por cento (estudo realizado em 2009) para 13,2 por cento entre a população adulta dos 15 aos 49 anos de idade.

Os dados colocam o país como o quinto na lista dos que têm maior taxa de prevalência na África Austral, segundo Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS).

Em 2018, foram registadas 145 mil novas infecções que resultaram em várias mortes, revelou a secretária executiva adjunta do CNCS.

“Dados de 2018, indicam que tínhamos cerca de 2.2 milhões de pessoas com HIV e destas 1.2 em tratamento. Neste período foram registadas 145 mil novas infecções e a doença matou de 54 mil pessoas”, revelou a secretária executava adjunta do CNCS, Idalvina Libombo.

O IMASIDA indica que a prevalência da doença é maior nas mulheres, com 15,4 por cento, do que nos homens, com 10,1 por cento. Ademais, a seroprevalência é maior na zona urbana (16,8 por cento) em relação à área rural (11 por cento). A província Tete apresenta a taxa mais baixa (5,2 por cento) e Gaza continua com a mais alta prevalência, com 24,4 por centro.

Falando no lançamento das comemorações do Dia Mundial de Luta Contra o Sida, Idalina Libombo disse que a retenção dos doentes em tratamento tem sido uma das estratégias usadas para reduzir a incidência da doença. Contudo, o sector enfrentar dificuldades na sua implementação.

“A grande barreira que nós temos na resposta em relação ao HIV/SIDA, é o estigma e a descriminação. Enquanto não conseguirmos eliminar estes maus-tratos e aceitarmos a doença, será difícil reduzir o número de novas infecções”, avançou Idalvina Libombo, explicando que muitas pessoas que começam com os tratamentos desistem devido à descriminação.

A falta de conhecimento, o tabu, a resistência na mudança de comportamento, devido a aspectos culturais, são outros factores que influenciam no aumento do HIV/SIDA no país.

Em Moçambique, as comemorações do Dia Mundial de Luta Contra o Sida (1 de Dezembro) serão marcadas por casamentos colectivos de pessoas que vivem com a doença, marcha, homenagem a pessoas que perderam a vida por causa da doença, entre outras actividades.

As cerimónias centrais terão lugar na província de Nampula, sobre o lema “Comunidades fazem a diferença na resposta nacional ao HIV/SIDA”.

O País