Economia Governo vai criar fundo soberano com receitas da indústria extractiva

Governo vai criar fundo soberano com receitas da indústria extractiva

O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse em Maputo que o país vai instituir um fundo soberano com as receitas da indústria extractiva, faltando apenas definir o montante e a finalidade da verba.

“A reflexão que estamos a fazer não é se vamos ou não vamos criar [um fundo soberano], isso está claro que vamos ter”, declarou Adriano Maleiane, falando durante uma conferência promovida pela revista britânica Financial Times (FT), dedicada ao tema “Construindo a resiliência para um crescimento de longo prazo”.

Uma vez assegurada a existência do fundo soberano, prosseguiu, falta definir quanto dinheiro proveniente das receitas da indústria extractiva será canalizado para a referida conta e o volume de poupança e de investimento.

Os debates sobre a instituição da conta que será alimentada pelas receitas dos recursos energéticos, principalmente gás natural, estão a ser conduzidos pelo Banco de Moçambique e vão ser concluídos até 2024, acrescentou Adriano Maleiane.

Na conferência “Construindo a resiliência para um crescimento de longo prazo”, o ministro da Economia e Finanças assinalou que o Governo moçambicano está focado na diversificação da economia, para que o país evite a dependência em relação ao setor extrativo.

“Tudo que é transitório [como o gás natural] tem que ser usado de uma forma que não nos crie outros vícios”, defendeu.

A agricultura, pescas, turismo e indústria são áreas que devem ter uma comparticipação cada vez mais crescente na economia moçambicana, para que o crescimento não se concentre no gás natural.

O ministro da Economia e Finanças destacou a importância da aposta na educação e formação técnico-profissional para que a maioria da população, sobretudo jovens, tirem proveito das oportunidades que serão geradas pelo crescimento económico impulsionado pelo desenvolvimento no sector extractivo.

“A pobreza não será combatida com a distribuição de renda por pessoa, mas através da criação de oportunidades para que cada pessoa gere a sua própria renda”, afirmou Adriano Maleiane.

Lusa