Sociedade Trabalhadores da MOZTEX de “costas voltadas” com o patronato

Trabalhadores da MOZTEX de “costas voltadas” com o patronato

Centenas de trabalhadores da fábrica têxtil, MozTex, paralisaram as actividades na sexta-feira, para reclamar as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos. O patronato já manteve um encontro com os trabalhadores e prometeu resolver os problemas.

O ambiente que se vivia na fábrica têxtil, MOZTEX, na Matola, era tenso e os trabalhadores, em forma de canto, queixavam-se das péssimas condições de trabalho a que estão sujeitos.

“Os tecidos chegam empoeirados e nós inalamos poeira. Tudo porque as máscaras de trabalho dão a cada duas semanas por isso no lugar de proteger, transmitem-nos doenças”, disse um dos trabalhadores na condição de anonimato, acrescentando que “todo trabalhador que falta um dia, no seu salário é-lhe descontando um valor correspondente a três dias, ou seja, 600 meticais”.

É por estes e outros motivos que os mais de 100 trabalhadores da fábrica têxtil MozTex entraram em greve esta sexta-feira.
A greve terá começado no período da manhã e para aguentar o dia, os cânticos acompanhavam as revindicações e a polícia estava por perto e em prontidão para impedir qualquer tipo de vandalização ou violência. Mas não podia impedir que está trabalhadora tirasse para fora todos os maus tratos de que é vítima já há quatro anos.

“Perguntaram-me por que motivo não fui trabalhar e respondi que não me sentia bem. O diagnóstico do hospital apontava que eu tinha gastrite e infecção pulmonar e a minha chefe disse eu procurei essas doenças, mas foi aqui onde tive essa doença porque trabalhamos sem máscaras”, denunciou outra trabalhadora da fábrica, que de seguida revelou que já tentaram levar as reclamações ao comité sindical local, mas este “ao invés de estar contra o patronato, é contra o trabalhador”.

E por esses motivos, o comitê sindical local entrou em descrédito e o Sindicato Nacional de Trabalhadores foi obrigado a intervir.
E chamou alguns representantes dos trabalhadores para reunir com o patronato. E enquanto decorria a reunião, davam 12 horas. Hora do almoço que, segundo os trabalhadores, não é respeitada pelo patronato por isso, eles aproveitaram o momento da greve para almoçar e até fazer a digestão.

Duas horas depois terminava a reunião. O patronato não quis dar as caras, mas os trabalhadores garantiram que estava tudo resolvido e segunda-feira voltam ao trabalho.

O País