Destaque Renamo promete resolver crise interna provocada por junta militar

Renamo promete resolver crise interna provocada por junta militar

A líder da bancada parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, Ivone Soares considerou “assunto de família” a crise interna que abala a organização, prometendo que o caso será resolvido internamente.

“É assunto de dentro de casa, é assunto da nossa família”, declarou Ivone Soares, discursando durante o debate na Assembleia da República (AR) da Lei de Paz e Reconciliação Nacional.

A Renamo, prosseguiu, está atenta às reivindicações da facção do braço armado que contesta a liderança do partido e vai encontrar uma solução para a crise.

“São os nossos parentes, são as nossas guerrilheiras, são os nossos guerrilheiros, a Renamo, como família, vai saber resolver os problemas da sua própria casa, isso nós afiançamos”, enfatizou.

A chefe da bancada parlamentar da Renamo assinalou que os guerrilheiros que contestam a liderança do partido querem um processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) digno.

Nesse sentido, prosseguiu Ivone Soares, os fundos destinados ao DDR devem ser geridos com transparência, incluindo a verba de 60 milhões de euros anunciada pela UE para esse processo.

Uma autodenominada junta militar da Renamo anunciou na segunda-feira ter eleito Mariano Nhongo presidente do partido, comunicando ainda que Ossufo Momade não é mais o líder da organização.

O grupo, que se descreve como uma estrutura militar da Renamo “entrincheirada nas matas” com 11 unidades militares provinciais, considera nulo o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e Ossufo Momade.

A AR aprovou hoje, em definitivo, a proposta de Lei do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado no passado dia 06 deste mês, para acabar, formalmente, com meses de confrontação militar no país.

A lei foi aprovada tanto na generalidade como na especialidade, com os votos a favor de 140 deputados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, 52 da Renamo, principal partido da oposição, e um do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido e com o menor número de deputados na AR.

Catorze deputados do MDM votaram contra o documento.

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