Internacional Zuma diz-se vítima de “assassínio” político

Zuma diz-se vítima de “assassínio” político

O antigo presidente sul-africano Jacob Zuma, que ontem compareceu perante uma comissão de inquérito sobre corrupção durante os seus mandatos, denunciou o que considera ser uma “calúnia” e afirmou-se vítima de “assassínio” político.

“Fui caluniado, acusado de ser o rei dos corruptos. Chamaram-me toda a espécie de nomes”, disse Jacob Zuma, após a primeira audiência perante a comissão.

Zuma deverá responder às acusações de que generalizou a corrupção na administração governamental quando foi Presidente da África do Sul (2009-2018).

“Nunca respondi. Penso que é importante que nos respeitemos”, acrescentou perante a comissão, que está reunida em Joanesburgo.

Jacob Zuma sustentou que a comissão foi criada “para que sejam encontradas coisas” contra si, afirmando-se vítima de “um assassínio deliberado” durante 20 anos e de “conspiração”.

Durante mais de um ano, a comissão, presidida pelo vice-presidente do Tribunal Constitucional, Raymond Zondo, ouviu dezenas de ministros, deputados, empresários e altos funcionários da administração sobre os negócios considerados obscuros da era de Zuma no poder.

O antigo chefe de Estado, 77 anos, é suspeito de conceder ilegalmente contratos públicos lucrativos e benefícios indevidos a uma família de empresários indianos de quem é próximo, os Gupta.

Jacob Zuma foi pressionado a demitir-se em Fevereiro de 2018 e substituído pelo novo líder do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, Cyril Ramaphosa. O ex-chefe de Estado sempre negou qualquer envolvimento nestes negócios.

Folha de Maputo