Destaque Crise militar na Renamo está longe de ser ultrapassada

Crise militar na Renamo está longe de ser ultrapassada

Os guerrilheiros que estão contra o actual presidente da Renamo voltaram a falar à imprensa a partir das imediações da Serra da Gorongosa e garantiram que dentro de 10 dias anunciarão o novo líder da Renamo.

Os guerrilheiros começaram por indicar as razões da zanga, que se seguiu depois do VI congresso do partido Renamo onde Ossufo Momade foi eleito presidente. Os guerrilheiros afirmaram ainda que a nova lista para o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) enviada pela Renamo ao governo, é uma surpresa para eles.

“Mereceu confiança do estado-maior general para continuar a dirigir todos os processos que levassem a conclusão efectiva do processo da paz efectiva. No lugar de dar continuidade aos passos que levassem ao desfecho do processo, os membros do estado-maior general da Renamo ficaram surpresos com as medidas vandalísticas do presidente Ossufo Momade que perigam de novo a paz, medidas essas que culminaram com o afastamento dos oficiais superiores do estado-maior general criando pânico total e isolamento no seio dos militares”, disse João Machava, Tenente-Coronel.

“Ossufo Momade é incomunicativo. Nós não fazemos parte, e ele nem consulta a ninguém, toma as suas próprias decisões. É por isso que nós dissemos que não o queremos. Ele deve sair. Essa lista não é da Renamo”, acrescentou João Machava.

Por esta razão os comandos dos guerrilheiros da Renamo indicaram que dentro de dez dias será encontrada uma nova figura na Renamo para dirigir os destinos do partido. Mas como será indicado o novo presidente da Renamo?

João Machava explica que “nós começamos a revolução saindo do estado-maior general. As eleições serão no estado-maior general. Se ele recusar sair vamos atacar, vamos abater”. Apelamos a comunidade internacional para parar de dialogar com Ossufo, porque ao invés de as consequências serem para Renamo e Ossufo, as consequências podem cair para o povo moçambicano, o povo pobre que não tem nada a ver com política. Apelamos à essas pessoas para nos respeitarem porque quando se fala da Renamo, a Renamo somos nós”, reiterou Machava”.

Os guerrilheiros garantiram que a ala militar da Renamo já não é responsável pela segurança do presidente da Renamo, por Momade deve abandonar o cargo.

“Ele já não é nosso presidente. Já retiramos a defesa a ele. Quem nós apanharmos com ele com arma, ele vai nos dizer onde apanhou essa arma”, disse Mariano Nhongo – Major-General.

A Renamo, através do seu porta-voz, José Manteigas, garantiu que irá se pronunciar sobre os pronunciamentos dos guerrilheiros.

O País