Politica CIP denuncia manipulação: Mais 370 mil votos para candidato da FRELIMO

CIP denuncia manipulação: Mais 370 mil votos para candidato da FRELIMO

CIP denuncia uma alegada manipulação do recente recenseamento eleitoral, afirmando que poderá dar mais de 370 mil votos extras ao candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi, no escrutínio de 15 de Outubro próximo.

Um estudo do Centro de Integridade Pública, CIP, afirma que os dados preliminares do recenseamento para as eleições de 15 de Outubro próximo atribuem ao candidato do partido no poder, Filipe Nyusi, mais 6% do número total dos votos válidos previstos para as eleições de Outubro próximo.

Segundo o CIP, citando o último censo populacional, apesar da população em idade de votar situar-se em 47%, os órgãos de administração eleitoral assumiram, no recenseamento eleitoral deste ano, que 80% da população da província de Gaza é composta por pessoas maiores de 18 anos e que, na Zambézia, apenas 41% da população é adulta.

O CIP acrescenta que, com base nos cálculos de distribuição do número de crianças e adultos no país, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), alocou brigadas de recenseamento a mais para as províncias de Maputo e Gaza e “muito poucas” na província da Zambézia.

307 000 votos para Nyusi

O elevado número de pessoas que não tinha sido estimado pelo Recenseamento Geral da População e Habitação de 2017 contribuiu para que só na província de Gaza (um dos baluartes da FRELIMO), Nyusi ganhe 307 000 votos , escreve aquela organização da sociedade civil.

A RENAMO tem vindo a acusar o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e a FRELIMO de usarem o recenseamento como forma de preparar a fraude nas próximas eleições.

Venâncio Mondlane é o mandatário do maior partido da oposição e afirma que “de uma forma geral, acho que está mais do que comprovado que este recenseamento pode ter sido dos piores da nossa história democrática recente”.

Já Caifadine Manasse, da FRELIMO, defende que “a alteração de assentos de um ou outro ponto não podem de jeito nenhum alterar aquilo que é o princípio de termos uma eleição livre, transparente e justa, porque só vão votar aqueles que estão inscritos e onde estiverem inscritos”.

DW