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Cidade da Beira precisa de cerca de 890 milhões de dólares para a sua reconstrução

Foi apresentado na sexta-feira (17) o plano de reconstrução da Beira, a cidade moçambicana mais afectada pelo ciclone Idai em Março.

O conselho autárquico local já fez o levantamento 3D e deu a conhecer o que é preciso fazer para recuperar a cidade. Na apresentação do plano estiveram presentes empresários locais, governo provincial e especialistas holandeses.

O conselho autárquico da Beira precisa de cerca de 890 milhões de dólares para a reconstrução da cidade da Beira. Em Março, o ciclone destruiu vários infraestruturas e deixou a cidade num total apagão e isolada do resto do mundo durante alguns dias.

Apresentação do projecto

Numa apreciação feita esta manhã pelo conselho autárquico local, especialistas da Holanda e empresários de Sofala concordaram que, no futuro, a Beira deve erguer obras resilientes com orientações arquitetónicas. O edil Daviz Simango fez algumas recomendações.

“A qualidade de material de construção tem que ser revisto, os modelos de construção o tipo de construção a forma como vamos fazer as nossas coberturas, a forma como nós vamos fazer os nossos aros em termos de ligação com as paredes que tipo de cuidados primários temos que ter com as fundações, onde erguer as nossas habitações, como criar as infraestruturas de escoamento das águas para evitar inundações”.

O empresário Jorge Fernandes, representante do sector empresarial de Sofala e um dos parceiros do projecto de reconstrução da cidade, avalia de forma positiva o plano de reconstrução feito pela edilidade.

“Achamos que este plano contempla as várias áreas, várias etapas e leva em conta aquilo que é necessário, a localização que a cidade tem as condições que ela tem presentemente de funcionamento e o que é necessário fazer-se para o futuro” elogiou o empresário.

Jorge Fernandes prometeu apoio dos empresários na reconstrução da cidade. “Na nossa área empresarial, nós sentimo-nos acomodados pelo plano e achamos que tem futuro na medida que vai até ao encontro daquilo que são nossas aspirações. Também em nos encontramos devidamente acomodados num plano moderno e que tenha uma perspectiva futura auspiciosa”.

Próximos desafios

Quanto aos principais desafios que a Beira tem pela frente, o edil Daviz Simango aponta o seguinte. “Quando falamos de reconstrução o grande desafio é que a cidade da Beira deve ter umas infraestruturas resilientes e essas infraestruturas pressupõe para que elas estejam preparadas para ventos fortes ou preparadas para inundações temos que nos adaptar as várias mudanças climáticas”.

O autarca alerta ainda para a melhoria no futuro das redes de comunicações, energia e rede viária, sectores que foram severamente afectados, tendo isolado a Beira dias depois do ciclone e das inundações.

Outro desafio é a localização de uma área segura com infraestruturas apropriadas que servirá para evacuações da população, caso haja necessidade. Quanto à protecção costeira, além da construção de esporões e um muro de mais de 10 quilómetros, o edil aponta a escolha de melhores plantações para o combate à erosão costeira.

“O problema está na natureza sobretudo na nossa costa, no tipo de infraestruturas razoáveis naturais podem assegurar que não haja mobilidade das nossa dunas de forma sustentável”.

O plano será apresentado no final do mês na Beira, na conferência internacional de doadores que se realiza entre os dias 31 de maio e 1 de Junho. O ciclone Idai que atingiu o centro de Moçambique em Março provocou 603 mortos e afectou cerca de 1,5 milhões de pessoas.

DW