Destaque FMI promete desbloquear ajuda financeira pós-Idai

FMI promete desbloquear ajuda financeira pós-Idai

O Fundo Monetário Internacional (FMI) promete ajudar Moçambique a desbloquear a ajuda financeira solicitada pelo governo, de modo a fazer face às consequências do Ciclone Tropical Idai que se abateu sobre as províncias de Sofala e Manica.

Segundo o Director do Departamento de África do FMI, Abebe Aemro Selassie explicou esta sexta-feira, em Washington, no decorrer de uma Conferência de Imprensa, o pedido do Governo moçambicano já chegou à sede do organismo, mas a decisão final deverá ser tomada durante esta semana.

“Estamos a fazer tudo o que podemos para apoiar os países afectados. A ajuda a Moçambique deverá estar na ordem dos 120 milhões de dólares”, revelou Selassie. “Já enviámos o pedido ao Conselho de Administração e isso será analisado esta semana”, acrescentou.

O Director para África do FMI abordou também a situação em Angola e na Guiné-Bissau, afirmando que a instituição vem trabalhando muito de perto com o Governo angolano, cujo programa económico considerou de “muito bom” e com muita profundidade.

No caso da Guiné-Bissau, Selassie referiu que o FMI tem apoiado o Governo a colocar as finanças em dia, em virtude da própria situação de fragilidade financeira do país.

Enquanto isto, o FMI prevê que Moçambique deverá registar a maior subida da dívida pública da África Subsaariana, este ano. Contudo, o crescimento económico deverá ser superior que em 2018.

O stock da dívida pública moçambicana deverá situar-se nos 124,5% do Produto Interno Bruto em 2019, contra 100,4% do registo do ano passado, tornando-a cada vez mais insustentável.

Trata-se da pior subida a nível dos 45 países da África Subsaariana analisados pelo FMI, cujo relatório foi divulgado na passada sexta-feira.

Segundo as previsões, a capacidade moçambicana de saldar as dívidas será ainda mais fraca, sendo que, em 2020, a dívida deverá situar-se em 119,9%.

Com este nível insustentável da dívida, o FMI exorta o Governo moçambicano a proceder com a restruturação da mesma, devendo, por isso, focar-se em investimentos públicos eficientes, distribuição de recursos e decisões orçamentais orientadas para o crescimento e na mobilização de rendimentos e receitas.

Entretanto, e apesar da subida acentuada da dívida, a economia moçambicana deverá acelerar em torno de 4 por cento este ano, contra 3,3 por cento de 2018.

Outro dos pontos positivos, segundo o FMI, tem a ver com o actual modelo de comunicação, transparência nos campos jurídico e legislativo, o que “tem ajudado a reduzir a frequência de tomada de decisões imprevistas de política monetária”.

A Bola