Destaque Antigo ministro das Finanças é arguido num outro processo

Antigo ministro das Finanças é arguido num outro processo

O antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang, procurado pelas justiças norte-americana e moçambicana no âmbito das dívidas ocultas, é também arguido num outro processo, disse a procuradora-geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili.

Beatriz Buchili afirmou que Manuel Chang terá de responder em Moçambique a dois processos, incluindo das dívidas ocultas, quando prestava na Assembleia da República a informação sobre a actividade da Procuradoria-Geral da República de 2018.

A magistrada não entrou em pormenores sobre o outro processo em que Chang é também arguido.

O Estado moçambicano, prosseguiu, accionou o pedido de extradição contra Manuel Chang junto das autoridades sul-africanas, para acautelar os interesses do país no esclarecimento dos contornos das dívidas ocultas.

Chang é também alvo de um pedido de extradição dos EUA no âmbito do processo sobre as dívidas ocultas, aguardando decisão da justiça sul-africana em relação aos dois pedidos.

Sem mencionar nomes, Beatriz Buchili disse que dois antigos ministros são arguidos num caso de suposto recebimento de subornos por parte de uma empresa estrangeira para a construção de um aeroporto e de um terminal de carvão.

Um outro processo de corrupção envolvendo um antigo governante tem a ver com a detenção, na semana passada, da antiga ministra do Trabalho Helena Taipo por alegado recebimento de subornos e apropriação indevida de recursos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

“Para o Ministério Público, não há pequena nem grande corrupção, porque qualquer ato que configure corrupção tem efeito negativo para a sociedade”, enfatizou Beatriz Buchili, numa alusão a processos envolvendo dirigentes do Estado.

O grupo de construção naval Privinvest, sediado no Dubai, foi contratado por Moçambique para projectos marítimos avaliados em mais de 2.000 milhões de dólares (1.769 milhões de euros), para os quais o país obteve empréstimos em 2013 e 2014 e que viria a esconder do parlamento e dos doadores, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Uma auditoria internacional deu conta da falta de justificativos de mais de 500 milhões de dólares (440 milhões de euros) dos referidos empréstimos, sobrefaturação no fornecimento de bens e inviabilidade financeira das empresas beneficiárias do dinheiro.

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