O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou na quarta-feira, para sábado, uma manifestação nacional em protesto pelos apagões eléctricos que desde 07 de Março afectam o país.
Guaidó anunciou ainda que a 6 de Abril terá lugar o primeiro “simulacro” da “Operação Liberdade”.
“Foi-se a luz, não podemos ficar como actores passivos. Cada vez que falte a luz vamos fazer valer os nossos direitos. Povo da Venezuela, nos veremos em cada canto e em cada esquina, sábado, para protestar e exigir”, disse.
Juan Guaidó, que falava aos jornalistas durante um encontro com venezuelanos da sede do partido opositor Acção Democrática, em El Paraíso, na zona oeste de Caracas, acrescentou que o dia 6 de Abril será “uma data importante”.
“Vamos ter o primeiro simulacro da Operação Liberdade”, explicou.
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela insistiu que os venezuelanos devem organizar-se nas zonas onde residem, para seguir as directrizes da Operação Liberdade que, insistiu, compreende três etapas, “fim da usurpação, governo de transição e eleições livres”.
Fontes não oficiais dão conta de que parte da “Operação Liberdade” consiste numa manifestação até ao palácio presidencial de Miraflores, onde funciona o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
No passado dia 7 de Março uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana.
No entanto um novo apagão, que começou pelas 11:00 locais de segunda-feira em várias zonas do sudoeste da Caracas, estendeu-se a outras zonas, sendo que duas horas mais tarde a cidade ficou toda às escuras, constatou a agência Lusa.
Em comunicado, o Governo venezuelano explicou que na segunda-feira o Sistema Eléctrico Venezuelano (SEV) foi alvo de dois ataques terroristas, um deles um incêndio na barragem de El Guri, a principal do país.
Fontes não oficiais dão conta de que em alguns Estados o serviço eléctrico foi restituído em quase 30%.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas de fornecimento de electricidade, chegando a afectar a totalidade do território.
O Governo atribui as falhas a actos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no sector e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.
Desde 2005 que engenheiros eléctricos alertam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema.
Em Maio de 2013, após um após que afectou vários Estados do país, o então ministro de Energia Eléctrica da Venezuela, Jesse Chacón, anunciou que o Presidente Nicolás Maduro ordenou o desdobramento de militares nas centrais eléctricas e de transmissão no país.
Entretanto, segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Eléctrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.
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