Politica Renamo pede responsabilização pela morte do seu delegado em Montepuez

Renamo pede responsabilização pela morte do seu delegado em Montepuez

O corpo do delegado distrital da Renamo, o maior partido da oposição, em Montepuez foi encontrado a flutuar no rio Muatipane, a 24 de Novembro. Assane Luciano Alfredo, de 35 anos, estava desaparecido há uma semana.

A Renamo em Cabo Delgado relaciona este incidente, ocorrido em circunstâncias até agora desconhecidas, a perseguições dentro e fora do partido.

Sem referir a identidade dos possíveis autores, para alegadamente não interferir no trabalho investigativo da polícia, o delegado provincial da Renamo, Alberto Bacar, suspeita de assassinato: “Acabo de confirmar que o malogrado vivia num ambiente desagradável, de perseguição, de ameaças ao nível interno e externo do partido. Dentro do seu trabalho, o SERNIC [Serviço de Investigação Criminal] poderá esclarecer ao público em geral.”

Relação com escaramuças das autárquicas?

Assane Luciano Alfredo foi alvo de ameaças logo após as eleições autárquicas de 10 de outubro, por parte dos membros da própria Renamo, que o acusavam de ter vendido votos à Frelimo, o partido no poder, que venceu naquela autarquia.

Questionado pela DW África se o caso estará relacionado com a sua morte, o delegado da Renamo Alberto Bacar respondeu: “As escaramuças vividas após o processo eleitoral culminaram com agressões físicas contra o delegado malogrado. Não posso avançar se foi isso o que motivou a morte, mas eu continuo a dizer que a Renamo está ciente de que o malogrado vivia num ambiente de perseguição.”

Alberto Bacar pede às autoridades policiais que esclareçam a morte do delegado da Renamo: “Condenamos veementemente este tipo de morte. A Renamo só pede as Forças de Defesa e Segurança, em particular a SERNIC [Serviço de Investigação Criminal] que trabalhem dentro das suas estratégias de peritagem e esclareçam o partido e a toda população, porque isso ameaça a convivência social.”

As suspeitas da Polícia

A Polícia da República de Moçambique (PRM) parece não ter dúvidas de que o incidente ocorrido após as eleições pode ter precipitado o assassinato. Na altura, as autoridades tiveram de intervir para evitar o linchamento de Assane por membros do próprio partido.

Segundo o porta-voz da corporação, Augusto Guta, foram abertas várias linhas de investigação para apurar as causas da morte.

“O corpo encontrava-se a flutuar e a sua roupa estava mesmo na margem e a motorizada estava estacionada na margem. Este indivíduo encontrava-se naquele rio a tomar banho. Após o período de votação a PRM teria garantido a integridade física deste delegado porque teria sido alvo de violação física sob alegações de que o mesmo teria vendido votos para o partido vencedor”, conta o porta-voz da PRM em Cabo Delgado.

Além de ser delegado distrital da Renamo em Montepuez, Assane Luciano Alfredo também era membro da Assembleia Provincial de Cabo Delgado.

DW